segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O LIRISMO EXÓTICO DE CLARE FISHER.



Neste planeta há um fenômeno chamado música e certos homens, desde o final do século XIX até hoje, criaram uma textura sonora que permeia o celestial, o pacífico. Músicos como, Debussy, Ravel, Satie, até os chamados homens de jazz, como Claude Thornhill, Bill Evans, Gil Evans e Maria Schneider, montaram e executaram uma linha de música que nos enlaça e eleva. Claus Ogerman pode ser também incluído. Clare Fischer destacava-se nesse grupo.

Clare Fisher faleceu na quinta passada, dia 26, aos 83 anos. Os músicos citados criaram uma rede invisível na qual todos se relacionam. Curioso como Clare Fisher foi um dos músicos de jazz de primeira hora a abraçarem o então novo estilo Bossa Nova. Se a familiaridade coma música de Tom Jobim era flagrante o mesmo poderia ser dito com as canções de Henri Salvador com o estilo emergente, por que não?

Clare Fisher, dono de uma música “cool”, era tido como um músico de West Coast e, em sua carreira, soube explorar o exotismo dos ritmos latinos sem ser espalhafatoso ou banal. Conseguiu trabalhar ritmicamente sua música sem perder a riqueza harmônica e melódica. O samba era um desses ritmos. Gravou com o também lírico Hélio Delmiro e arranjou o CD “João”, de João Gilberto.

Começou sua carreira como pianista e arranjador do grupo vocal The Hi´Los e, em sua carreira, fez arranjos para pop stars como Prince e Paul McCartney. Seus arranjos para o disco de Dizzy Gillespie “ A Jazz Portrait Of Duke Elligton” tornou esse álbum um clássico do jazz. Herbie Hancock o considerava sua maior influência harmônica. Foi indicado 11 vezes ao Grammy e levou o prêmio em 1981 (“Salsa Picante”) e 1989 (“Free Fall”).

O maior sucesso de Clare Fisher foi sua composição “Pensativa”, gravada por músicos do porte de um Bill Evans, Bud Shank, Freddie Hubbard, Marian McPartland, Benny Green, Art Blakey, George Shearing, Luiz Carlos Vinhas, entre tantos. Fisher foi um grande incentivador e divulgador da Bossa Nova. Fiquem com os vídeos de “Pensativa” e “Wistful Samba”, no início dos anos 1960 , com Bud Shank e Clare Fisher.

Nascido em 22 de outubro de 1928, Clare Fisher foi um grande inovador na música, criando uma música elegante, envolvente e formosa.



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

35 ANOS SEM MAYSA.




35 ANOS SEM MAYSA.
                                            Rogério Coimbra.

Ontem, 22 de janeiro, fez 35 anos que Maysa sofreu o acidente fatal na ponte Rio – Niterói. Fica aqui uma lembrança, na mesma semana em que só se falou dos 30 anos sem Elis Regina e do aniversário de Nara Leão. Assim é a memória do brasileiro. Foca demais um ponto e acaba escurecendo a imagem de quem tanto realizou na música brasileira, no mesmo nível artístico. 


Aliás, a história dessas três sensacionais cantoras, curiosamente, passaram pela história do polêmico letrista, jornalista e produtor, Ronaldo Bôscoli. Por sua causa , as três não se suportavam e sempre destilavam o famoso veneno feminino. Bôscoli era o verdadeiro bad guy e consta que tripudiava tanto Elis como Maysa, menos Nara a quem secretamente amou até o fim, supõem seus biógrafos. Chamava Elis de “gauchinha cafona” ou de “ciclotímica” (maníaca-depressiva), e, Maysa de “condessa de araque” ou “gorda”, o que muito a irritava. Porém Maysa soube vingar-se dele, bem como Elis, essa afastando o filho, João Marcello, do convívio do pai. Maysa foi mais elegante ao enganá-lo com um convite para produzir um suposto show em São Paulo. Lá chegando Bôscoli encontrou um bilhete assinado por Maysa: “A condessa de araque foi para a Europa.”

A vida de Maysa pode ser muito bem conhecida em dois livros, os quais recomendo: “Maysa- Só Numa Multidão de Amores”, de Lira Neto, e, “Maysa”, de José Roberto Santos Neves.
Reproduzo abaixo trecho de um texto meu inserido na “História da Bossa Nova Em Vitória”, publicado neste blog.

E a Bossa Nova movimentou a pacata cidade de Vitória, no início dos anos 60.  Como uma música aparentemente tão calma em seu andamento poderia às vezes virar a ilha pro fundo do mar? 
A presença de Maysa em Vitória sempre fora motivo de explosões, fosse naquela época com as famosas brigas com Ronaldo Bôscoli ou mesmo muito antes, no verão de 1951-52, por exemplo, como conta Lira Neto em seu livro “Maysa- Só Numa Multidão de Amores”. Lira Neto conta que em pleno insucesso escolar Maysa veio para Vitória para abrir a temporada anual de caça aos corações masculinos capixabas. No carnaval de 52 foi eleita madrinha do bloco Marujos Por Acaso, do Praia Tênis Clube, vestindo uma provocante fantasia que exibia seu corpo. Namorou o bloco inteiro, “menos eu que era o mais novinho e magricela da turma”, disse Roberto Menescal. O jornalista José Roberto Santos Neves, que também escreveu uma biografia da cantora, afirma que Maysa cantou pela primeira vez em público numa festa no Praia Tênis. Ela havia rompido um namoro com Guga Saletto após ele armar uma cena de ciúmes. Ela não fez por menos, foi ao microfone e dedicou uma música ao seu “ex”. A música era ‘Menino Grande’, de Antônio Maria. 
Dez anos depois parece ter havido um replay. Conta o jornalista Ronaldo Nascimento que nunca se esqueceu da cena em que Maysa cantou a mesma música,“Menino Grande”,num show no Clube Saldanha da Gama:
 Lembro bem da noite em que Maysa ia cantar no Saldanha, acabei dormindo, acordei tarde e eu fui lá de Santo Antônio a pé, pois tinha perdido o último bonde. Quando eu cheguei ao clube ela estava cantando aquela música, ”Menino Grande”,de Antônio Maria, sabe pra quem? Pra José Costa, porque naquele dia ela começou a namorar com ele. Aí o Ronaldo Bôscoli partiu para o hotel Canaã, fez as malas e se mandou pro Rio, naquele carrinho conversível. Acabou tudo naquela noite entre a Maysa e o Bôscoli. Nunca mais vi a Maysa, só depois uma vez que ela estava por aqui e tinha ido pro Bar Santos, lá na vila Rubim, com Vilmar Barroso, Lurdinha Martins, Lulu Beleza e Rachel Benezath. Eles disseram a ela que eu tinha morrido - foi numa fase que eu havia parado de beber. Era tudo uma festa. Mais tarde vim saber do desastre dela:
Quem vivia sempre aqui conosco também era o Antônio Adolfo, sempre passava lá no meu escritório no Vale, passava muito verão em Guarapari. Quem passava muito tempo comigo aqui também era o Chico Fim de Noite, o Chico Feitosa, e o Nonato Buzar.
Lembro também dos encontros que a gente tinha lá na casa de Nilze Coimbra, que namorava o irmão da Maysa, Alcebíades, o Cibidinho, com aquele pessoal todo e com a Maysa namorando o José Costa na varanda.
Quanto ao rompimento com Bôscoli, correu a lenda que nesse dia Maysa, sabendo da fuga de Bôscoli, apelou para seu amigo Cariê, cujo pai, Carlos Lindenberg, governava o Espírito Santo; ela pediu-lhe que a polícia fizesse uma barreira na estrada para trazer o namorado de volta. Continua a lenda que Cariê conseguiu levar Bôscoli de volta para Vitória, escoltado, até ao Palácio Anchieta, onde encontrou Maysa bebericando um bom uísque.
Como poderia eu esquecer daquele show em Colatina que quase não se realiza devido a uma briga de Bôscoli com Maysa no hotel onde estávamos hospedados. Maysa sumiu e Bôscoli resolveu cantar um repertório de Frank Sinatra; o público não gostou e quase virou pancadaria. Graças a Menescal, Maysa resolveu cantar.
De fato a presença de Maysa em Vitória, com aquela turma de músicos, marcou muito a cidade. Comenta Lira Neto na biografia da cantora:
Vitória nunca mais esqueceria aquela passagem de Maysa pela cidade. Embora tenha dito que estava ali à procura de paz, nem as pedras e os morros que compõem a paisagem do lugar – e fazem dele uma espécie de Rio de Janeiro em miniatura – dariam crédito àquele propósito. Em uma cidade pequena, cada gesto era superdimensionado e ganhava ares de escândalo.
Verdade é que foi o furacão Maysa causador do agito da Bossa Nova em Vitória. O escritor Maciel de Aguiar comentou na página de “O Século Diário” que Maysa fazia questão de dizer que era capixaba e que demonstrava orgulho da família paterna, não pela aristocrática descendência laureada pela monarquia brasileira do Segundo Reinado, mas pelo fato de muito se identificar com seu pai, amante da música, boêmio e notívago como ela.
Disse Maysa:
- Em Vitória eu já era “uma Monjardim” e não deixei de ser eu mesma.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ELIS & NARA.



Semana de datas emblemáticas: aniversário de 70 anos de Nara Lerão e de 30 anos da morte de Elis Regina.


Elis Regina, eu a vi trabalhar em 1971 e 72. Era uma “música”, musicista, sei lá; era muito boa e consciente do que fazia. Ela comandava o conjunto, à época, com César Camargo, então seu companheiro, Luizão, Luís Cláudio Ramos, só craque, mas todos só faziam o que ela determinava. Faleceu em 19 de janeiro de 1982. Meu filho Delmiro tinha 10 meses de idade e estávamos em minha casa em Jacaraipe com dois convidados que, ao saberem da notícia, potencializaram tanta a dor da perda que choraram tanto, tanto, que o pranto foi maior que ao do bebê que não conseguia dormir: eram eles Aprígio Lyrio e Ester Mazzi.


Esta semana também é de lembrança de outra grande intérprete da música popular brasileira: Nara Leão. Ela faria 70 anos dia 19, a mesma data em que Elis se foi. Além dessa coincidência há outro elemento que as une: Ronaldo Bôscoli.

Um dos maiores poetas da Bossa Nova namorou (e amou secretamente até o fim da vida, como especulam) Nara Leão e, em outra época, foi casado com Elis Regina. Estou viajando com o livro A Bossa do Lobo – Ronaldo Bôscoli”, uma biografia de Denilson Monteiro, um extraordinário pesquisador, também responsável pela biografia de Tim Maia, “Vale Tudo”, depois escrita por Nelson Motta. Nara Leão e Elis Regina, fazem muita falta.


Já o bad guy, Ronaldo Bôscoli morreu, aos 66 anos, em 1994,  portanto sofreu com a morte de Elis, morta em 1982, aos 36 anos e com Nara, morta aos 47 anos, em 1989.

Creio não haver 2 cantoras como Nara Leão e Elis Regina, e melhor somar uma terceira, Elizeteh Cardoso, que tenham reunido tanto registro de compositores da história da música popular brasileira. As discografias das três certamente contêm o que há de mais representativo em nossa história.


Nesta semana também temos os aniversários de Cedar Walton (17), um dos meus pianistas favoritos, o sempre atento baterista Al Foster (18), o melancólico e inesquecível Ray Anthony (20), do novato intrigante Jason Moran ( 21), também de 10 anos de saudades da original Peggy Lee ( 21) , e,  aniversário do genial J.J. Johnson ( 22) .


Melhor encerrar com a suavidade de Nara. Uma boa semana.



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

LOUIS ARMSTRONG.



Em recintos fechados, em praça pública, tem havido muita manifestação em favor do jazz, um gênero musical surgido comercialmente no início do século XX, que agonizou nos anos 70, após várias transformações estilísticas, mas que, até hoje, tem um sem número de seguidores e admiradores. Provavelmente esses são minoria em seu país de origem, os EUA, concentrando-se atualmente muito mais na Europa, no Oriente e na América do Sul.

O jazz é fenomenal pois mantém sua força entre os jovens de hoje, que ao percebê-lo e adotá-lo, não o abandonam jamais. Portanto é fantástica essa adesão a uma extraordinária arte. Percebe-se que entre os jovens de hoje há preferências naturais, alguns ligando-se mais ao fusion dos anos 70, outros ao tradicional swing dos anos 30 e 40, ou ao bop dos anos 50 e 60. Misturam-se os estilos para desencadear a mesma força, aquilo que se pode denominar de jazz.

Na segunda década do século XXI há uma unanimidade: o reconhecimento do músico Louis Armstrong, o Satchmo, como o grande pioneiro, inovador de toda a história do jazz, desde os anos 1910 até 1971. Foram 60 anos de uma carreira brilhante que até hoje é espelho mesmo para os que estão iniciando. Há uma particularidade na vida de Satchmo que talvez o mantivesse sempre criativo e jovem que foi a sua convivência com a marijuana durante toda a vida. Um dos seus maiores sucessos foi “Muggles”,de 1928, uma expressão usada entre os músicos para designar a cannabis sativa. Seria esse um diferencial mágico que até hoje faz a música de Satchmo tocar tanto os jovens?

Publicamos abaixo texto de minha coluna "O Assunto É Música",veiculado em 2001,no site Taru.Art, por ocasião do centenário de Louis Armstrong:


     Satchmo, ou Pops, ou Daniel Louis Armstrong (04/08/1901-06/07/1971). Nasceu com o século XX. Experimentou soprar com firmeza e liberdade a corneta que despejou o jazz no mundo. Não deu outra. Improvisação, vocalização, trejeitos, gingas, tudo que a música afro poderia, em primeira instância, formatar no molde europeu, o novo som, chegou enlouquecendo e até hoje perdura como a grande arte norte-americana.

 Seu comportamento foi imitado no mundo inteiro e, tal como os seus Hot-Five (1925) ou Hot-Seven (l928), grupos que liderou e definiram o caminho do jazz, por aqui tivemos Os Oito Batutas (antes da Bossa Nova nosso jazz era o Choro), obedecendo os modismos da época. Quando se fala para qualquer um o que possa ser jazz, não há lembrança melhor para o leigo do que aquele ritmo característico dos anos 20, o ragtime, o dixieland, a dança louca das pernas querendo voar. O som estridente de Satchmo, aliado à sua genialidade, leva para si, a marca dos pioneiros, a saga dos revolucionários.

     Se jazz tem em sua etimologia ligação com prostíbulos, a música expressou imediatamente sua liberdade e sua exteriorização. Comemora-se 100 anos de nascimento de Armstrong. Ele até permitiu a João Gilberto (!), e a outros, a maneira sincopada de cantar, levando os versos de um lado para o outro, desconcertando os ouvidos mais tradicionais. Miles Davis estava na sua onda, bem como qualquer trumpetista, de Fats Navarro a Nicholas Payton, de Dizzy Gillespie a Clifford Brown. 

Ele foi o grande pai, que inovou cantando scats, popularizado como "bebop", e que se tornou forma obrigatória de todos os cantores de jazz demonstrarem sua habilidade vocal e de improvisação.

Louis Armstrong faz parte daquele grupo de pessoas que deram forma à arte de nosso século, como Stravinsky, Picasso, Schöenbeg, Joyce. Ele é o único americano de nascimento entre eles. Sem ele não haveria o jazz, sem ele o jazz seria uma música local popular de Nova Orleans como mil outros tipos de música popular regional que existem no mundo (Joachim  Berendt, “O Jazz”, 1975).


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

ÚLTIMOS PEQUENOS GRANDES COMENTÁRIOS DE 2011.







Música Nas Alturas conclui o resumo dos comentários de 2011.

Repetimos: O jornalista Arthur da Távola , que já está Nas Alturas, costumava dizer que quem gosta de música e com ela convive diariamente, tem vida interior plena e, nunca, sentirá solidão. E o que nos une neste blog é a música.

Vamos à última leva dos comentários de 2011, lembrando que a origem das opiniões é indicada pelos marcadores, após cada texto.




Ernani Salles disse...
Coimbra,
Esse Idris Broudioua é muito bom. O seu sopro nos transporta ao mais etéreo jazz, puro jazz. Um grande melodista nos seus solos. E esse Victor Gonçalves é o cara: garoto novo que toca tudo, sax, acordeon e principalmente o piano; ele é egresso da Família Itiberê, descendente dos Hermetos da vida. Eu o ouvi acompanhando a Soraya Ravenle.
É, realmente uma boa dica essa do Bamboo, que , provavelmente, vai gemer no Triboz.
Quinta-feira, Agosto 25, 2011

Apóstolo Jazz disse...
Com absoluta certeza vocês tiveram uma 6ª das mais gratificantes. Músicos excelentes e com IDRISS tudo é perfeito = esse é um amigo da alma de todos nós, porque VIVE A MÚSICA pelos poros.
Sábado, Agosto 27, 2011
Marcador: Triboz.


Apóstolo Jazz disse...
Esse ELE fez e perdeu a receita.
Uma grandeza de sonoridade, de vocabulário, de divisão, do mais puro JAZZ ! ! !
Bela postagem que leva-nos a abrir os armários e escutar algumas horas do "PREZ".
Grato pela música.
Segunda-feira, Agosto 29, 2011
Marcador: Lester Young

João Luiz disse...
Excelente trabalho da Joyce, uma cantora de "mão cheia", agora, resgatando através da música, principais acontecimentos desse nosso Brasil varonil. Como diria Carlos Imperial "NOTA DEZ"!
Terça-feira, Setembro 06, 2011

John Lester disse...
Cantoras...
Grande abraço, JL.
Quinta-feira, Setembro 08, 2011
Marcador: Joyce.

John Lester disse...
Por essas e outras é que não palito mais os dentes...
Domingo, Setembro 11, 2011
Marcador: Gibson Guitar

João Pedro disse...
Sou fã da bossa nova desde a decada de 60 ou um pouco antes. Me lembro q num determinado verão em Marataizes,umas amigas da minha tia levaram uns Lp's e alguns discos com aqueles buracos maiores com o som da Bossa Nova. Fiquei apaixonado imediatamente. Que balanço era aquele,gostoso de se ouvir e dançar com o rosto colado. Bons tempos!!!!!!!!!!!
Há possibilidade de vc me arrumar os outros escritos s/ a BN em Vitória?
Viajo no blog,é muito interessante e mágico.
Segunda-feira, Setembro 12, 2011 

John Lester disse...
Adoro mecenas e pessoas dedicadas à música. Bem antes da bossa nova, D. Pedro II deu uma força para Wagner, sim, o Richard. Entregou algum cimento para levantar o magnífico teatro de ópera em Bayreuth, e compareceu à inauguração da casa. A assinatura do Imperador tá lá.
Acho que D. Pedro daria outro contrabaixo para nosso amigo Afonso. Afinal, navegar é preciso!
Terça-feira, Setembro 13, 2011 

Gerald Thomas disse...
Johannes, Lohengrin não é mais expressiva que Tristão e Isolda, que foi escrita por encomenda por Dom Pedro II, pago por um rico que morava em Dresden para estrear no Teatro Municipal em 1808, e a obra só chegou em 1863. Mas não sei quem afirmou que essas obras são mais expressivas que Tristão e Isolda. Lohengrin é uma das obras mais inexpressivas da obra de Wagner. E eu fui convidado por Helena Severo para montar Tristão e Isolda, para consertar esta falha histórica, uma montagem original, brasileira, com 90 e poucos anos de reparo. Antes falho do que tardo.
Terça-feira, Setembro 13, 2011 

Victor Biassutti disse...
Como alguns amigos, tenho dito: esses digitalizados devem ser transformados em impressos para perpetuar a Bossa em Vitoria e os seus sentimentos, expressados por suas palavras.
Excelentes!
Quanto à nau Afonsina, propriedade do querido Afonso, conquistada após 18 batalhas, diz-de que teve até tripulante, um capitão remando com as próprias mãos para não ficar à deriva.
Abraço, Victor (lendo a Música nas Alturas diretamente da Escócia).
Terça-feira, Setembro 13, 2011
Marcador: História da Bossa Nova em Vitória – XIII

Reinaldo Santos Neves disse...
Rogério, excelente idéia e excelente entrevista com Dr. Luiz Romero. Continua fazendo isso, cara. É o registro do presente em benefício do futuro. Só estranhei Dr. Romero não ter citado o Wunderbar.
Gostei também do episódio anterior, E la nave va (o contrabaixo de Afonso), que li anteontem.
Segunda-feira, Setembro 19, 2011 

Érico Cordeiro disse...
Grande entrevista com um grande sujeito!
Mr. Salsa é "o cara"!
Segunda-feira, Setembro 19, 2011 
Marcador: Salsa.

João Luiz disse...
Já imaginou? Sivinha Telles e Maria Cibelli no "cast' da Rádio Espírito Santo! Coisa de louco. Valeu Rogério e, aguardamos novas "historinhas" da bossa nova aqui na Ilha.
Segunda-feira, Outubro 17, 2011

Victor Biassutti disse...
Sempre ótimos os capítulos da sua novela História da Bossa Nova em Vitória. CONTINUE!!! E fico honrado, feliz, exultante, em ser citado num dos capítulos. Muito obrigado. E vamos continuar na Bossa. Ela continua presente. Sábado passado, tocando no Wunderbar com Andréa e Eliane, percebemos um casal de jovens, talvez na faixa dos 20 anos, cantando conosco todas as bossas. É muito bom presenciarmos essas manifestações. A Bossa continua eterna.
Segunda-feira, Outubro 17, 2011

Andra Valladares disse...
Olá Rogério, adorei ler seu texto pois também aprecio muito a música popular brasileira, especialmente a bossa nova. Aliás, estou iniciando os preparativos para o lançamento do meu CD, e neste trabalho, que é a minha estreia na música, gravei duas bossas de minha autoria e também sambas, dentre outros estilos. Gostaria de enviar meu CD para você. Caso queira conhecer meu trabalho, mande-me um e-mail, meus endereços eletrônicos são andra.mara@bol.com.br ou andra_valladares@hotmail.com . Um abraço
Sexta-feira, Outubro 21, 2011

Daniel Dias trompete disse...
Vivíssima meu caro amigo Coimbra , Vitoria tem uma bela historia na bossa nova dentro do Brasil , eu como carioca reconheço isso , grande abraço e parabéns a o meu cd esta aqui para presenteá-lo ...
Sexta-feira, Outubro 21, 2011
Marcador: História da Bossa Nova em Vitória XIV

Ernani Salles disse...
Maravilha de harmonia, de evolução. Se é improviso, melhor ainda, e também maravilha de resolução. Bom gosto, sobretudo. Esse Pedro Nunes deve ser um excelente guitarrista.

Érico Cordeiro disse...
Conheci o Pedro num sarau no ap de Mr. John Lester. Manda muito bem!
Quanto ao Rosenwinkel, confesso que não sou lá muito fã desse estilo (ele, o Bill Frisell, o Mike Stern e assemelhados não são muito a minha praia), mas esse vídeo é bem maneiro. Ele deu uma "amaciada" e adotou uma postura à Joe Pass, que ficou bacanuda.
Sexta-feira, Outubro 21, 2011

John Lester disse...
Há quem diga que Mestre Nunes é melhor escritor que guitarrista. Bem, para quem toca jazz de ouvido, acho que ele manda muito bem. Quanto ao Kurt, já tivemos oportunidade de escrever breves linhas sobre ele no Jazzseen.
Sexta-feira, Outubro 21, 2011

Jimmy Green disse...
Pedro Nunes é guitarrista chinfrim e escritor idem. Mas, a vida é boa, vamos brincar. Ainda bem que o John Lester Quartet só toca para os integrantes... do quarteto.
Rapaz, e eu nem sabia que o Jim Hall ainda está vivo. Delicadeza é pouco. Para ele a guitarra é mais que moça, é deusa.
Segunda-feira, Outubro 24, 2011
Marcador: Kurt  Rosenwinkel

Victor Biassutti disse...
Ótimo o escrito de Tarcísio sobre Geraldo. Tarcísio mantém seu programa Domingo Brasil na Rádio Universitária FM, creio que chegando aos 20 anos, sem nenhuma interrupção ou falta. Vem cumprindo um ideal. Bom que Tarcísios existam! Num desses programas, o de número novecentos e tanto, Tarcísio homenageou Geraldo Cunha, importante personagem da música brasileira, particularmente da Bossa Nova. Passamos um agradável dia em Guarapari, no lar de Geraldo e de Rosemary - que, aliás, preparou almoço delicioso para nossa turma: Tarcísio, Eliane, Haifa e eu, quando rolaram muitas horas de histórias de Geraldo com Tom Jobim, com Vinícius, Toquinho, Maysa, Elis e tantos outros grandes nomes de nossa história musical. Tarcísio aproveitou a inspiração e gravou matéria suficiente para o programa. E tem mais histórias de Geraldo Cunha: Gravador de rolo, compacto duplo, etc. Guarapari tem esse tesouro em seus arranha-céus. Segunda-feira, Outubro 31, 2011
Marcador: Geraldo Cunha

Victor Biassutti disse...
Novo que sou em Vitória (vim para cá em 1972), não fui aluno do teacher LP. Me parece que todos em Vitória estudaram com ele. Mas tenho aprendido a gostar cada vez mais desse personagem absolutamente parte da música capixaba. LP tem ido ao Wunderbar com frequência, canta e é solicitado pelo público que o admira, distribui suas coletâneas com total generosidade. Precisamos flagrá-lo em seus trajes cada vez mais sofisticados, com sapatos brancos e detalhes em marrom, gravatas em formato de fios com terminações metálicas, cheio de bossa, chapéus diversos, perenizando o tipo. Usufruamos!
Sexta-feira, Novembro 04, 2011

Érico Cordeiro disse...
Evoé, LP! Grande figura humana, simpaticíssimo - me deu a honra de estar no lançamento do Confesso que ouvi aí em Vitória e ainda me presenteou com várias coletâneas do melhor do jazz! E, claro, cantou e encantou!
Quarta-feira, Novembro 09, 2011
Marcador: Luiz Paixão

PREDADOR  disse...
Estes leitores pesquisados são uns alienados. Nunca David Sanborn será melhor que Lee Konitz, Steve Turre (o soprador de conchas) será melhor que Curtis Fuller, Joshua Redman melhor que Sonny Rollis, Hubert Laws melhor que Frank Wess, Pat Metheny melhor que Jim Hall e por ai vai, nessa listagem sem pé nem cabeça, totalmente descabida. Vão entender de músicos e música assim na p.q.p. É preciso ter muita paciência!
Segunda-feira, Novembro 07, 2011

Garibaldi Magalhães disse...
Como está pobre o jazz do terceiro milênio! Tirando um ou outro dinossauro, como Phil Woods e Buddy DeFranco, que penúria, que indigência! Há que com urgência inventar um termo pra definir essa coisa. Que tal Shitjazz?
Terça-feira, Novembro 08, 2011
Marcador: Downbeat Magazine.

Victor Biassutti disse...
Coisa linda, precisa, perfeita. Não conhecia esse guitarrista - Lanny. Um espetáculo.
Segunda-feira, Novembro 28, 2011

Pedro J Nunes disse...
Rogério e essas coisas boas pro ouvido. Grande pedida essa - para mim - desconhecido guitarrista.
Segunda-feira, Novembro 28, 2011

Niltinho da Santa disse...
Legal, o Lenny tocando, embora se notem efeitos de sua ansiedade malsã em seu jeito de tocar, muito no fim, ele faz tudo para não terminar. Incrível que não saibam dele, a não ser os mais jovens, que sabem pouco de coisa nenhuma. O cara está nos créditos dos discos, pombas. Não sei se vc sabe, acho que deve saber, que ele tocava na banda do José Roberto Aguilar, um pintor de SPaulo mucho loco, que tinha essa banda, chamava-se Banda Performática. A crooner era a também pintora, hoje doutora em artes visuais e famosa Leda Catunda. Quem sabe vc viu no MAM, onde fizeram uma apresentação memorável. Uma das canções era A Orelha do Van Gogh, e tinha mesmo uma orelha enorme que ficava circulando pelo público. Outro envolvido era o Granato.
Mas acho q vc sabe disso tudo, não?
Pois essa atuação do Lenny é importante, tocavam muito, não sei se é possível achar alguma coisa na internet, mas que gravaram gravaram. Era muito famosa a banda e charmosa, com gente idem, a Leda, o Granato, a Loris Machado (morreu), o próprio Aguilar, que depois se tornou Vigian, quando virou ... aqueles da roupa laranja... Continua atuante como artista, é muito culto, intelectual e inteligente e principalmente maluco beleza. Fez a capa da última edição do Panamerica. Vc conhece esse livro, não? Do José Agripino, amigo dos tropicalistas. Se não conhece, compre e leia. A mais louca das coisas que li, o cara tinha carteira de doido. Morreu há uns anos. Era arquiteto, imagine.
Lenny está vivo sim, assisti um Instrumental Sesc com ele faz um ano. Muito louco, ele tocava tudo torto, confuso, embora com traços virtuosos. E falou, entrevistado por aquela apresentadora gracinha. Aí, mais louco ainda, uma fala meio abobalhada, infantil, embora contasse casos interessantes. Ele tem dificuldade de parar de tocar, daí que estica os solos, os arpejos etc. e isso dá para ouvir na gravação muito legal que vc postou. Aquilo é certamente um playback, ele se acompanha, acho.
Quinta-feira, Dezembro 01, 2011
Marcador: Lanny Gordon

Pedro J. Nunes disse...
Há quem não goste do Hammond no jazz. Eu primeiro ouvi o Hammond no rock, no Deep Purple, cujo tecladista, Jon Lord, sofreu forte influência de Jimmy Smith. Daí que não tive problema em ouvi-lo no jazz. Jimmy Smith vem sempre acompanhado de grandes guitarristas e é ótimo. De modo que, obrigado, Coimbra, obrigadíssimo. Abraçíssimo do Pedro Nunes.
Quinta-feira, Dezembro 15, 2011
Marcador: Jimmy Smith

 Érico Cordeiro disse...
Mr. Coimbra, Isso é um clube de admiradores de jazz ou um clube de provectos jogadores aposentados de bocha?
Bom, acho o Elling meio "over". Prefiro-o num contexto mais discreto, sem os floreios e scats em profusão. Tenho poucos cds dele (uns quatro ou cinco), mas só ouço regularmente o Flirting With Twilight, que tem uma versão lindíssima de Moonlight Serenade.
Bom, aproveito pra votar na enquete, embora atrasado: Mel Tormé, Tony Bennett e Johnny Hartman (Chet Baker tá logo ali, correndo por fora).
Terça-feira, Dezembro 13, 2011

Reinaldo Santos Neves disse...
O que sempre me surpreende no meio dos admiradores de jazz é a freqüente intolerância com que a maioria deles trata a opinião alheia, quando, é claro, contrária à sua. É o caso, aqui, da piadinha do nosso amigo Érico Cordeiro em relação ao juízo e ao gosto dos sócios do Clube das Terças que na enquete acima mencionada votaram em Louis Armstrong e Johnny Hartman (cantor que, incluído na lista do próprio Érico, torna-o também um provecto jogador aposentado de bocha). Por que isso, gente? Por que ninguém pode ser seletivo ou até excêntrico em seu gosto musical jazzístico sem ser logo agredido com uma piada sarcástica ou tachado de passadista ou, muitas vezes, coisa pior? É por isso que eu, com meus quarenta e tantos anos de ouvinte de jazz, mantenho-me ao largo desse meio em que grassam os que parecem ouvir jazz com o umbigo e, escarnecendo da opinião dos outros, subliminarmente atribuem às suas próprias o estatuto de abalizadas, definitivas e incontestáveis. A propósito, os três cantores em quem votei como melhores do jazz foram Louis Armstrong, Louis Armstrong e Louis Armstrong.
Terça-feira, Dezembro 13, 2011

Predador  disse...
Veja o que a perda de tempo com um "cantorzinho de bosta" pode fazer. Um verdadeiro "strike" no Clube das Terças-feiras. Primeiro: discordo do articulador, mr.Coimbra, que diz ser um clube de idosos. Ele sabe e todos sabemos que os idosos (dentre mais de dez participantes do clube) são apenas três ou quatro, portanto não se caracterizando maioria; Segundo: este fato, desconhecido por mr.Cordeiro, não lhe dá o direito de fazer gozações pejorativas aos membros do Clube; Terceiro: quem realmente gosta desses "cantorezinhos de bosta", seguramente não são os ditos idosos do Clube das Terças.
Terça-feira, Dezembro 13, 2011

Érico Cordeiro disse...
Meu caro Reinaldo,
A piadinha infame nada tem a ver com o gosto musical dos membros do Clube das Terças (aliás, também endosso os nomes que emanaram da lista), mas sim da própria narrativa gariátrico-musical cantada em prosa e verso pelo nosso querido Rogério Coimbra.
Longe de mim a intolerância, o sarcasmo e o escarnecimento em relação ao gosto alheio. Apenas fiz uma tentativa de pegar o gancho deixado por nosso agitador cultural Coimbra e tentei dar uma descontraída - se pareci rude ou feri suscetibilidades, peço desculpas. Até porque dos vários membros do Clube das Terças que conheci pessoalmente - incluindo os simpaticíssimos Fernando Achiamé, Chico Brahma, Paulinho da Embratel, João Luis Mazzi, Pedro, Salsa, Coimbra e André (os dois últimos tive o prazer de reencontrar em uma recente viagem ao Rio) - todos me pareceram muito bem conservados para a idade que o Coimbra quer fazer crer que possuem.
E Mr. Predador, eu falei "bocha", viu? "Bocha"! Não há qualquer intenção pejorativa da minha parte.
Grande abraço a todos.
Quinta-feira, Dezembro 15, 2011
Marcador: Kurt Elling

Predador disse...
Valeu pelo trabalho de sua postagem, mr.Coimbra, mas tudo isso não passa de uma inutilidade sem precedentes. Mais um endeusamento, sem mérito justificável, ao sr.Miles Davis. Quem está realmente com a razão é mr.Garibaldi de Magalhães, que faz uma análise precisa sôbre Miles e seu Kind of Blue. E estamos conversados!
Segunda-feira, Dezembro 19, 2011

Érico Cordeiro disse...
O tempo passa, o tempo voa e a galera continua falando e ouvindo Miles numa boa... O que não dá pra negar é que Kind of Blue é um discaço. Há outros discos de jazz melhores? Claro que sim, algumas dezenas... Mas poucos têm tanta personalidade ou foram tão influentes. Confesso que não tenho o conhecimento do Garibaldi Malalhães sobre a obra do Kenny G (e nem tenho discos do moço em casa) e nem posso me arriscar a prever que um dia o cabeludo será mais importante que Beethoven, mas sua intolerância me faz lembrar as sábias palavras do escritor capixaba Reinaldo Santos Neves: "O que sempre me surpreende no meio dos admiradores de jazz é a freqüente intolerância com que a maioria deles trata a opinião alheia, quando, é claro, contrária à sua".
Abração, meu ídolo!
Segunda-feira, Dezembro 19, 2011

Apóstolo Jazz disse...
"Kind Of Blue" é realmente um belo disco, ficando a pergunta = qual disco não é bom quando Bil Evans está presente? O livro é uma bela obra, tão bem editado quanto a gravação. Miles, enquanto trumpetista, ficou devendo e muito ao superior marqueteiro que sempre foi e ai, com toda a justiça, bato palmas para ele. Merece elogios um música razoável que conseguiu tantos adjetivos; há que respeitar esse tipo de talento. Até 1959 Miles "fez" JAZZ; após distanciou-se e, felizmente para ele (e infelizmente para nós que deixamos de contar com um músico de JAZZ), conquistou glórias em muitas e tantas mutações "musicais" com epítetos os mais variados: palmas para o marqueteiro, lamentável para o JAZZ.  
Prezado COIMBRA: um mais que FELIZ NATAL, que 2012 seja pleno de saúde, paz, sucesso pessoal e profissional, se possível alguns US$'s a mais e muito JAZZ, que ninguém é de ferro.
Terça-feira, Dezembro 20, 2011
Marcador: Kind Of Blue

Victor Biassutti disse...
Que espetáculo de "resumo"! Quantas opiniões, diversas mas convergentes...
Espetáculo. Vale um livro! Parabéns pela reunião.
Segunda-feira, Dezembro 26, 2011

Apóstolo Jazz disse...
Bela resenha de comentários, onde o mais importante é sempre a MÚSICA!
Feliz 2012 com muita saúde, paz e muito, muito JAZZ.
Sábado, Dezembro 31, 2011
Marcador: Comentários 2011.