TRIBOZ.
TribOz é uma casa de shows localizada nas cercanias da Lapa, RJ, criada e mantida pelo australiano Mike Ryan; ao longo de três anos apenas, consegue reunir os melhores nomes da música instrumental do Rio de Janeiro, grandes vozes em nome do jazz e da bossa, além de músicos de outras partes do mundo. Por que um “O” maiúsculo no meio do nome? Simplificando o termo “australian”, lá, na Austrália, evidente, eles dizem “ Aus”, que por sua vez tem som de Oz. Resumo: o TribOz literalmente é uma tribo Oz. Algo meio mágico mesmo.
Mike Ryan é PhD em etnomusicologia pela University of Sydney, Austrália com a tese “Música Brasileira na Austrália”. Publicou “Samba: Brazilian World Music”, lançado por Almir Chediak (Ed.Lumiar, 2002). Também é trompetista e lidera o TribOz Quintet que se apresenta todas quintas, com Tomás Improta (piano), Marcelo Padre (sax), Rodrigo Ferreira (baixo) e Wilson Meireles (bateria). Ele mesmo reformou um velho sobrado na Rua Conde de Lajes, e impulsionado pelo seu amor ao Rio, criou um ambiente despretensioso , charmoso e chic, sem ser pedante, simples, sem ser vulgar, em nome da música brasileira e do jazz. Um templo de amor à música.
The Rio Times, noticiário para estrangeiros no Rio, elegeu Mike Ryan ano passado como um dos gringos mais interessantes do Rio: Mike Ryan espouses the philosophy of “prioritize creativity without preconception” in his endeavors. Hidelgard Angel, em noticias.r7.com , comenta: Situado no Off-Lapa, o TribOz é tipo o nosso Blue Note. As melhores vozes, os melhores instrumentistas, as escolhas mais sofisticadas. É o endereço dos ouvidos mais bem informados do Rio. A programação é requintadíssima (...) E as reservas têm que ser feitas com grande antecedência, pois, senão, não há Cristo que lhe consiga um lugar. No TribOz não tem jeitinho (o dono é um australiano, já contei). É uma casa bem Rio Antigo, restaurada, decorada com grande classe, com direito a jirau, com máscaras aborígenes nas paredes. Tudo muito chique.
Cheguei ao TribOz pelas mãos de Marisa Pecly e Beth Sydow quando a casa ainda engatinhava , perdão, já andava em largos passos. Lá, fui recebido por Jessica Vogel, o verdadeiro coração do TribOz, pulsante e generoso que revela já ao ao primeiro instante, assim como o faz até hoje, o espírito do ambiente, seus interesses, os caminhos para o prazer da música. Jessica, como seu companheiro Mike, personalizam sua presença, visitam suas mesas e, às quintas, existe até o luxo de sugestão de temas para o Quinteto TribOz executar. Executar temas de jazz, óbvio. Requeira que eles atendem.
Neste último final de semana assistimos a um belo show de um nome crescente no vocal bossa-jazz, Liz Rosa, de Natal, há quatro anos no Rio e já paparicada por muita gente boa. Nessa noite, um dos mais criativos e competentes guitarristas brasileiros, Ricardo Silveira, estava presente como seu diretor musical, ao lado do exímio baixista Jefferson Lescowich e do sempre extraordinário baterista Kiko Freitas. Em três sets Ricardo Silveira provou seu talento como arranjador e incrível solista e harmonizador, estendendo o tapete à jovem e belíssima Liz, que cantou com técnica e vivacidade. Noite de casa super lotada, quatros horas de qualidade sonora e êxtase entre os presentes; uma noite regada a quentes e geladas. Nota Oz. Assim é. O TribOz é diferente.
Deve ser esse Oz, coisa de mágicos e músicos.
Nota Oz.
Mike Ryan e o blogueiro.
A tranqüilidade, o domínio.
ACESSEM WWW.TRIBOZ-RIO.COM PARA MELHOR CONHECEREM A CASA .