GUINGA PAI.
Em 1995 encontrei Tião Neto, ex-baixista
de Tom Jobim, trabalhando com partituras na Fundação Biblioteca Nacional.
Indaguei sobre os rumos da vida: “Pois, é, depois que Tom foi embora, está
difícil encontrar espaço para tocar”. Mas não haveria outros parceiros? “Preste
atenção, tem um nome que vai reparar essa falta e o nome dele é Guinga”.
Há mais de vinte anos observo e
surpreendo-me com o trabalho desse violonista/compositor que de certa forma já
assustou muito ouvinte com suas incursões harmônicas e inovações no
instrumento. Na última semana compareci ao Espaço Tom Jobim para mais uma vez,
dentre outras raras, apreciar esse talento brasileiro. Surpreendeu-me deparar
com um Guinga diferente, mais completo, mais encorpado, mais definitivo e,
sobretudo, um Guinga Pai. Foi uma alegria vê-lo dividir ternamente seu espaço
com jovens talentos os quais não se cansava de elogiar, como um pai.
Estavam presentes no palco o seu
parceiro letrista Thiago Amude, excelente intérprete, e um garoto levadíssimo,
capaz de assombrar os mais bem avisados sobre o violão: Jean Charneaux. Foram
temas divididos com absoluta maestria, lirismo e domínio sobre o instrumento.
Viajamos pelos violões e temas de outrora numa esteira contemporânea, evocando
Garoto, Dilermando Reis, John McLaughlin, Bill Evans, entre tantos mestres. Não
se cansou também de citar o nome de Marcus Tardelli como uma das revelações da
nova geração. Confesso que nunca havia visto usar-se o quinto dedo da mão
esquerda, o polegar, como elemento extra na formação harmônica. Uma noite de revelações
e virtuoses. Uma autêntica noite Guinga.
Grande músico!
ResponderExcluirViolão espetacular!
Que bom que você compartilha, Rogério.
E vida longa para Música nas Alturas!
where can I find the complete songbook A musica de Guinga
ResponderExcluirSorry , I'm French and don't speak Portuguese enough !!!
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