sábado, 29 de dezembro de 2012
EARL HINES, UM PROFESSOR.
Earl Hines (1903-1983) faria 110 anos neste dia 28. Desde 1922 personificou seu toque ao piano, tendo acompanhado desde Louis Amstrong a Ella Fitzgerald, Charlie Parker, além de eternizar duetos com Duke Ellington. Foi um moderno em seu tempo.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
domingo, 16 de dezembro de 2012
Peter Nero.
Peter Nero ( 1934 ) é um pianista de New York, com muito talento e idéias de mixar o clássico com o jazz. Talvez não tenha sido nem um , nem outro, mas, é Peter Nero.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
domingo, 25 de novembro de 2012
Música No Espírito Santo: Manifestações Em Vitória e Arredores.
Manifestações em Vitória e arredores.
Rogério Coimbra.
Na década de 1830, por
razões religiosas, surgem em Vitória as bandas Caramuru e Filarmônica
Rosariense. Pertenciam a irmandades devotas a São Benedito. A sede dos
Caramurus era o Convento de São Francisco, na Cidade Alta, onde ainda está
conservada parte de sua edificação enquanto que, os Peroás, tinham sede na
Igreja do Rosário,essa ainda com seu aspecto original, em cima da atual Rua do
Rosário. Essas duas bandas eram presença em todos acontecientos em Vitória,
desde os cultos religiosos até solenidades políticas, passando pelo carnaval.
Mas há que separar o técnico do improvisado.
Grupos musicais formados por negros alcançaram notoriedade e reconhecimento
desde a chegada de D. João VI em 1808. A corte ficou deslumbrada pelo que ouviu
em vários pontos da colônia. Eram as orquestras de escravos.
No Espírito Santo há notícia de um grupo
musical de escravos, registrado pelo Bispo do Rio de Janeiro, D. José Caetano
da Silva Coutinho, em 1812, quando pernoitou em Araçatiba. Relata o bispo:
“Vim dormir no belo e bem conservado Hospício dos
Jesuítas, que hoje é morada e a principal fazenda do meu amigo Falcão, onde
ouvi a boa música dos seus escravos...”
Sete anos mais tarde, em 1819, o bispo D. José
Caetano retorna ao Espírito Santo e dessa vez registra:
“No dia 20 vim embarcado para a fazenda do Padre
Torquato no sítio Barra no formoso Jucu no sítio Jucuruaba, fazenda do
boníssimo Joaquim José Fernandes, senhor de 8 músicos que me têm acompanhado
constantemente mas que não me parecem tão bons como os de Araçatiba e crismei
umas duzentas pessoas que deram onze patacas. Ladainha cantada e acompanhada a
órgão pelo incomparável João Barbosa, e muita gritaria por toda negraria.”
Não há muitos registros mas consegue-se captar nas
entrelinhas das narrativas a força do duo tambor-viola, evidentemente
sustentado pelo descendente africano e indígena, que mais tarde evoluiria para
formação das congadas.
Ganhou literalmente terreno
a força do tambor aliada à viola e à espontaneidade da dança. O duo
viola-tambor era a base da música popular emergente. O brasileiro adota essa
forma como expressão mais significativa.
Em suas viagens pelo
Espírito Santo, o Príncipe Maximiliano, em 1815, registrou a fabricação da
viola aliada ao tambor:
“A três léguas da capitania – Vitória – conseguimos pouso para a pequena
‘povoação’ de Praia Mole. Ali numa verde planície um pouquinho acima do nível
do mar encontram-se esparsas várias habitações. Numa delas encontramos amigável
acolhimento; e como todos habitantes tivessem muito gosto pela música, fomos à
tardinha, agradavelmente entretidos com música e dança. O filho do hospedeiro
que era muito hábil na fabricação de guitarras (violas) tocava e o resto da
meninada dançava o ‘batuque’ entregando-se a estranhas contorções do corpo,
batendo palmas e estalando dois dedos de cada mão alternadamente, imitando as
castanholas dos espanhóis. Embora os portugueses tenham grande talento natural
para a música, não se vê pelo Brasil outro instrumento senão a ‘viola’.”
Já em 1818 Auguste de
Saint-Hilaire, ao passar pela região do atual município de Aracruz, registrou:
“Saindo de Barra de Riacho encontrei a uma meia légua de sua embocadura
vastas pastagens e um lugarejo habitado por índios civilizados que cultivam a
terra e criavam gado. [...] Neste distrito os índios civilizados fazem viola
para seu uso com a madeira de jenipapeiro e uma outra madeira branca e
extremamente leve da qual o nome é tajibibuía.”
Quanto à citação da imitação
das castanholas não é de se estranhar esse hábito por aqui pois os espanhóis
vieram para o Brasil desde o início da colonização. O padre Anchieta era
espanhol. A viola, o violão e as castanholas vieram da península ibérica.
Apenas para ilustrar, eis um relato do Padre Antunes Siqueira sobre um cena de
rua em Vitória, cerca de 1850:
“Um grupo de 12 meninos, dirigidos por dois guias,
cantavam e dançavam ao som das castanholas. Dialogavam aqueles em versos
portugueses e castelhanos, e convidavam-se reciprocamente para as folias das
festas.”
______(continua)______
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
FELIZ DIA DA MÚSICA.
Santa Cecília, ora pro nobis, conserve infinitamente nossos ouvidos puros, abertos para a música de tantos, como a dos cujas fotos perfilam a galeria deste blog. Não permita invasão de lixo sonoro em nosso mundo, livrai-nos do mau gosto, amém.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Música No Espírito Santo (II) - Os Primeiros Grupamentos
Música
no Espírito Santo: Os Primeiros Grupamentos.
Rogério Coimbra.
Os jesuítas
foram expulsos em 1759. Meio século antes o Espírito Santo já se fechara para
cumprir sua função de cinturão armado em defesa das minas gerais. O estudioso
Oscar Gama Filho considera esses dois fatos como prejudiciais ao
desenvolvimento de nossa cultura, consolidando o lugar periférico ocupado pelo
Espírito Santo no contexto nacional, com repercussões até hoje.
A cultura capixaba entrou em coma, vindo a ter um
início de sobrevida em meados do século XIX, com o início do plantio de café e,
paralelamente, com a chegada dos imigrantes, em sua maioria italianos e
alemães, além dos escravos africanos. Seria um renascimento.
Apesar do Espírito Santo ser um estado primordialmente
indígena até esse momento, pouco ficou marcado como indígena na história de
nossa música. Aliás, ignora-se algum descendente de índio que tenha inscrito
seu nome na História da Música no Brasil, ao contrário do que sucedeu com os
descendentes dos escravos.
A Igreja na verdade repassou muito mais seus
ensinamentos musicais ao negro, que mais se interessava pela música e conseguia
assim escapar do anonimato, pois para ele era uma forma de ascensão social, ou
seja, servir à Igreja através da música era alcançar uma função social mais
nobre. As irmandades religiosas adotaram muitos desses músicos.
Na transição do século XVIII para o XIX, as descrições
de festas e cerimônias mostram a presença de grupos instrumentais e vocais
formados em sua maioria por negros e mulatos, nunca por índios ou mamelucos.
Em 1828, o
presidente da província Inácio Acióli Vasconcelos elaborou um relatório
estatístico sobre nossa província, e pateticamente assim ele descreve a
atividade musical entre nós:
“A música na
capital se compõe de oito pessoas, todas da mesma família e que tocam as mesmas
peças em todas as festas, que compõem um rabecão, 2 violinos, 1 flauta e 4
cantores e, se sucede isto com esta arte divina o que acontecerá com as
outras!”
Arriscamo-nos a apontar o Major Francisco de Paula
Xavier como o personagem citado por Acióli Vasconcelos. O Padre Antunes
Siqueira, excepcional cronista dos costumes capixabas, em seus escritos sobre
fatos ocorridos a partir da década de 1830, comenta por duas ocasiões:
“Assim, [...] erguia-se no plano em que
termina a ladeira do Palácio [...], junto à velha casinha em que habita a
família do major Paula, prestimoso cidadão, antigo mestre de música religiosa e
profana [...]”
Ou
“Além dos atos
religiosos [...] e nos quais funcionava a música do major Paula cujo
instrumental compunha-se de um violoncelo, tocado por ele, de duas rabecas, uma
do mestre Inácio [...] outra do padre doutor Alvarenga, e a vocal dos
habilidosos cantores de orelha, Marciliano, Inácio dos Remédios, insigne
barítono, Manoel das Neves, José Francisco Costa, Náutibus, que entoavam um
cantochão figurado [...]”
Informação mais contundente sobre o grupo do major
Paula está relacionada ao evento de 5 de maio de 1854, relatado por Maria
Stella de Novaes, quando a imagem de São José era devolvida à Igreja de
Queimado, na Serra:
“No dia
seguinte, dia 6, na Matriz de Vitória, com a presença do clero, do presidente
da província Dr. Sebastião Machado Nunes, do povo, da Tropa de linha, Música de
Barbeiros do major Francisco de Paula Xavier, etc, procedeu-se a benção da
imagem pelo vigário da capital.”
A música dos barbeiros constituía–se de grupamentos,
surgidos em meados do século XVIII, formados por homens livres, autônomos, sem
muito esmero técnico, mas de apelo popular, que ocupavam as portas das igrejas
e eram presença obrigatória nas festas populares. Pura atividade liberal,
ruidosa, de livre interpretação. Desses grupos surgiram as bandas civis.
Curiosa a associação à atividade dos barbeiros, profissionais com excelente
habilidade manual, não só para a tesoura, como para instrumentos odontológicos
e mesmo para socorros como sanguessugas, ou, sangrias.
Chamavam-se a
esses grupos também de ritmo de senzala. Era o nascente ritmo afro-brasileiro.
Em meados do século XIX, o Rio, economicamente mais ativo, vê surgir pequenos
grupos substituindo os grupos de barbeiros, quando a classe média cria o choro,
enquanto que em Salvador, mais lenta em seu desenvolvimento, surgem bandas
militares democratizadas para brilhar nos coretos das praças públicas.
(continua)
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Música No Espírito Santo - Primórdios.
Música no Espírito Santo: sua origem e formação.
(primórdios e evolução).
Rogério Coimbra.
A história
da música feita no Espírito Santo é a própria
história da música no Brasil não fossem os obstáculos impostos em pleno
século XVIII quando o Estado ausentou-se do processo sócio-econômico ocorrido
naquela ocasião. A formação da música no Espírito Santo obedece ao mesmo
roteiro de outras músicas regionais, que
inicialmente contracenam dois elementos, o indígena e o europeu, aos quais se
acrescenta pouco depois o escravo negro.
A disseminação da prática musical em solo
capixaba pode ter tido início a partir da chegada dos jesuítas, ou seja, em
1551. A musicalidade do índio sempre foi ressaltada pelos historiadores e Pero
Vaz de Caminha já em sua célebre carta descreveu ofícios religiosos e folguedos
realizados pelos portugueses em que a participação dos indígenas era imediata e
espontânea. Era só o português soprar suas trombetas que o índio imediatamente
soprava suas buzinas. Foi uma integração total durante os dez dias em que a
esquadra esteve ancorada em Porto Seguro.
Portanto, desde o primeiro
momento, o índio esbanjou musicalidade. A música era uma arma usada pelos
jesuítas para cativar o nativo. Usavam principalmente as crianças e muitas
vezes as enviavam ao Rio de Janeiro para um melhor aprendizado.
Saint-Hilaire, nas anotações
sobre sua viagem ao Espírito Santo, em
1818, registrou que se ouviam com freqüência, na Igreja de Reis Magos de Nova
Almeida, grupos musicais formados por índios de extrema habilidade.
No entanto, a preocupação dos jesuítas era
mais a salvar almas do que a de desenvolver a música em si. Com a expulsão dos
religiosos em 1759, muito se perdeu, ao contrário do trabalho das Missões no
sul: hoje pode-se identificar a harpa como um instrumento da cultura popular
entre os descendentes dos índios do sul, principalmente no Paraguai.
A música utilizada pelos jesuítas entre nós
era mais elemento de apoio às montagens teatrais, denominadas autos religiosos;
temos registro de três importantes momentos em solo capixaba:
-
Em 1584, com o “Diálogo da Ave-Maria”;
-
Em 1586, com o “Auto da Vila de Vitória ou São Mateus”;
-
E em 1587 com o “Diálogo de Guaraparim”.
Sempre vale
ressaltar a presença entre nós de Padre José Anchieta, falecido em 1597, que
teria composto músicas na forma de catira
ou cateretê, uma dança indígena, para
festas em Santa Cruz, Vila do Espírito Santo e Nossa Senhora da Conceição.
(continua)
domingo, 11 de novembro de 2012
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
33 Rotações: DOWNBEAT READERS POLL 2012
33 Rotações: DOWNBEAT READERS POLL 2012: A Downbeat divulgou a listagem do DownBeat Readers Poll , votação anual realizada pelos leitores da revista que chega em sua edição 77. ...
terça-feira, 6 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
domingo, 28 de outubro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
domingo, 14 de outubro de 2012
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
domingo, 7 de outubro de 2012
sábado, 6 de outubro de 2012
domingo, 30 de setembro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
domingo, 16 de setembro de 2012
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Edgar Gianullo.
Edgar Gianullo, talvez por viver
em São Paulo e ter escolhido a publicidade como atividade profissional,
permitiu que seu talento musical não se fixasse na memória de nós pobres
nordestinos. Por isso não seja- Música Nas Alturas registra esse talento. Para
ilustrar reproduzimos texto de Toquinho, um dos nossos mais competentes
violonistas, sobre sua admiração por Edgar Gianullo enquanto aprendiz.
“Próximo à
vitrola, passava manhãs inteiras na intimidade com o violão, debruçado nas
gravações de Baden Powell, afundando-se nos discos, como se fosse possível
visualizar a agilidade das mãos do grande violonista. Instigava-lhe a vibração
flamenca de Baden, e procurava deduzir e aplicar no próprio violão os
movimentos dos dedos, o jeito de puxar as cordas no rastro de um som cada vez
mais puro.
Não se contentava com o que já sabia, queria aprender muito mais. Paulinho Nogueira o introduzira no universo do violão que compreende a descoberta da passagem do acompanhamento para o solo. Como fazer do acompanhamento um solo. “De repente virei um solista de violão, e só”, explica Toquinho. “Faltava-me versatilidade para outras coisas”.
Nos bailes de formatura animados pela orquestra Simonetti, ao invés de dançar, ficava o tempo todo próximo da orquestra observando Edgar Gianullo “estraçalhar” a guitarra: “Eu ficava abismado em ver como ele harmonizava. Era daquilo que eu precisava. Queria aprender todas aquelas inversões de acordes que só ele sabia fazer”.
De sua posição no palco, Edgard estranhava aquele garotão lá embaixo, na pista de dança, sem dançar, parado em sua frente, olhos grudados em tudo o que ele fazia. Nos intervalos, Toquinho tentava conversar: “Inversões incríveis essas que você faz...”. O músico desconversava, afinal, quem era o doido falando em acorde naquela hora? Toquinho não desistia, no baile seguinte, lá estava de novo sugando as harmonias do Edgard. Até que um dia, tentou: “Você não quer me dar algumas aulas?” A resposta veio direta: “O quê? Não, não dou aulas, não gosto de dar aulas!”. Depois de muita insistência, Edgard concordou. Toquinho lembra a primeira vez que esteve na casa do músico:
– Cheguei lá, e ele me pediu para tocar alguma coisa. Nunca me esqueço, comecei a tocar “Consolação”, de Baden e Vinicius. Então, a mulher dele saiu da cozinha e veio para a sala, e ele falou para ela: “Você nunca parou pra me ouvir tocar, e agora corre aqui pra ouvir esse cara que está tomando aula comigo!”. Então, eu disse a ele: “Vim aqui aprender aquilo que você sabe melhor do que todos: harmonizar com tantas inversões diferentes .”(Toquinho).
Fiquem com duas faixas: Balanço Zona Sul e Incerteza.
Não se contentava com o que já sabia, queria aprender muito mais. Paulinho Nogueira o introduzira no universo do violão que compreende a descoberta da passagem do acompanhamento para o solo. Como fazer do acompanhamento um solo. “De repente virei um solista de violão, e só”, explica Toquinho. “Faltava-me versatilidade para outras coisas”.
Nos bailes de formatura animados pela orquestra Simonetti, ao invés de dançar, ficava o tempo todo próximo da orquestra observando Edgar Gianullo “estraçalhar” a guitarra: “Eu ficava abismado em ver como ele harmonizava. Era daquilo que eu precisava. Queria aprender todas aquelas inversões de acordes que só ele sabia fazer”.
De sua posição no palco, Edgard estranhava aquele garotão lá embaixo, na pista de dança, sem dançar, parado em sua frente, olhos grudados em tudo o que ele fazia. Nos intervalos, Toquinho tentava conversar: “Inversões incríveis essas que você faz...”. O músico desconversava, afinal, quem era o doido falando em acorde naquela hora? Toquinho não desistia, no baile seguinte, lá estava de novo sugando as harmonias do Edgard. Até que um dia, tentou: “Você não quer me dar algumas aulas?” A resposta veio direta: “O quê? Não, não dou aulas, não gosto de dar aulas!”. Depois de muita insistência, Edgard concordou. Toquinho lembra a primeira vez que esteve na casa do músico:
– Cheguei lá, e ele me pediu para tocar alguma coisa. Nunca me esqueço, comecei a tocar “Consolação”, de Baden e Vinicius. Então, a mulher dele saiu da cozinha e veio para a sala, e ele falou para ela: “Você nunca parou pra me ouvir tocar, e agora corre aqui pra ouvir esse cara que está tomando aula comigo!”. Então, eu disse a ele: “Vim aqui aprender aquilo que você sabe melhor do que todos: harmonizar com tantas inversões diferentes .”(Toquinho).
Fiquem com duas faixas: Balanço Zona Sul e Incerteza.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Edgard Gianullo, músico, um craque da propaganda e da comédia.
Edgard Gianullo, um craque da propaganda e da comédia. | Propaganda e Marketing com Décio Clemente
Ouvindo mais uma vez o disco "Opinião de Nara" (1964) viajei com o trio que a acompanha nessa gravação: Tião Neto (baixo), Edison Machado(bateria) e, Edgar Gianullo (violão). O disco é uma obra prima pela presença desses excepcionais instrumentistas além de um excelente resultado de gravação. Confesso que o Edgar Gianullo havia fugido de minha memória.
Além de ser um talentoso instrumentista ele é um dos mais respeitados publicitários do Brasil e criador de jingles que fizeram história.
Acima uma entrevista dele como publicitário.
Abaixo, uma participação sua com Maurício Einhorn, Arismar do Espírito Santo e Roberto Sion
Oportunamente divulgaremos faixas de seu primeiro LP solo.
Atualmente Edgar Gianullo está com 75 anos.
Ouvindo mais uma vez o disco "Opinião de Nara" (1964) viajei com o trio que a acompanha nessa gravação: Tião Neto (baixo), Edison Machado(bateria) e, Edgar Gianullo (violão). O disco é uma obra prima pela presença desses excepcionais instrumentistas além de um excelente resultado de gravação. Confesso que o Edgar Gianullo havia fugido de minha memória.
Além de ser um talentoso instrumentista ele é um dos mais respeitados publicitários do Brasil e criador de jingles que fizeram história.
Acima uma entrevista dele como publicitário.
Abaixo, uma participação sua com Maurício Einhorn, Arismar do Espírito Santo e Roberto Sion
Oportunamente divulgaremos faixas de seu primeiro LP solo.
Atualmente Edgar Gianullo está com 75 anos.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
UM NOVO ESTILO NO BAR.
Victor Humberto cria um novo estilo na boemia capixaba e, após a apresentação de uma harpista, chegou a vez do premiado e talentoso cellista Sanny Souza apresentar-se ao lado do próprio Victor e de Roger Bezerra. Gente fina é outra gente. Imperdível.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
ACABARAM-SE SONHOS E HISTÓRIAS DA BOSSA.
O sonho acabou, os tempos da
bossa também, mas Victor Humberto acha que não. Meus colegas de música também
brincam, mas, onde estamos nós?
Oi, oi, oi, você aí. A bossa
é nossa e o Oi, oi, oi é de todos. A música brasileira transformou-se tanto que
não dá conta do seu próprio recado. Somos muitos mas a Bossa está quieta no
lado esquerdo do peito, bem como as Modinhas e Toadas de Tarcísio Faustini ou
as Canções Universitárias de Rogerinho Borges.
Nossa música, hoje, em sua
maioria, são marchas, forrós latinos e muita chula chorona. Claro que nossos
cantos gilbertianos ou orlandianos persistem bem como o
espírito de Antônio Brasileiro ou de Alfredo Viana. Mas permanecem as marchas
baianas e o forte sotaque latino, que nunca nos abandonou desde a habanera,
mesmo que o pessoal universitário, do pagode e do sertanejo, não se dê conta
disso.
Recentemente nossa presença
no encerramento das Olimpíadas foi ofuscada pelo sistema sonoro vigente; quem
poderia competir com a energia de velhos roqueiros soltando gogó no mais alto
registro vocal? Seu Jorge, Marisa Monte ou outros intimistas? Foi quase uma
bossa nova competindo com o rock inglês. Olimpíada é isso, é renovação,
superação. E a música brasileira caminha também em altos brados. Quem renovará?
Não sei. Qual seria a seleção de futebol? Não sei. Só não vale ficar dando
porrada em bananeiras só porque deu certo para poucos.
Tudo está em seu lugar, a bossa,
a roça, o grito. Não há nada de errado quando nossa música marcha sob forte
batuta caribenha ou brada sentimentalmente seus reclamos. A hora é de recuperar
a gentileza e subir um tom, subir um degrau do pódio. Temos que voltar a ser
gente e cantar alto e bom som.
Quanto ao Victor Humberto
tenho certeza que seu incansável ofício diário em nos contagiar com sua música
permitirá que boas e novas histórias da bossa sejam construídas.
Assim caminha a humanidade.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
HISTÓRIA DA BOSSA NOVA EM VITÓRIA.(Conclusão)
Para o músico Victor Humberto Biasutti.
História da Bossa Nova
em Vitória (conclusão).
Há
alguns meses publicamos, em partes, narrativas sobre o movimento musical de
Vitória entre o final dos anos 1950 até meados dos anos 1960- intitulamos como
a História da Bossa Nova em Vitória. Isso deve-se ao fato que a Bossa Nova
causou grande impacto e influência no dia a dia da então pacata ilha de
Vitória. Além da proximidade física com o Rio de Janeiro, onde nasceu o
movimento, havia uma estreita relação pessoal entre os músicos das duas
capitais, amadores ou não.
Aqui
reproduzo o último texto publicado para dar liga à conclusão, ao final da
história.
Vitória continua a mesma. Evidente que a ilha não se estendeu. O
município sim, no sentido vertical e os carros se amontoam loucamente. Há algum
tempo atrás Camburi era de Serra, bem como a área onde hoje está o campus da
Universidade Federal. Sou do miolo da ilha. Nasci na Praça Costa
Pereira, cercado por teatros e cinemas, clubes, hotéis, bondes, sorveterias,
caldos de cana com pastel, palmeiras e um barulhinho gostoso do cais, quando o
mar arrebentava na maré cheia contra as pedras, atrás do teatro Glória. Hoje
meu temor é outro,além daquele de encontrar alma nas ruas desertas, aliás,
característica que permanece na atual Vitória, noites com ruas desertas. São os
vivos que hoje me assustam. Mas continua a mesma Vitória. A ilha do Frade já
foi do Lemote, do Percy, do Zé Moraes, mas voltou a ser ilha do Frade. Em
Vitória é assim, muda hoje e volta depois ao que era antes. Hoje é Vitória do
congo, da panela de barro, da muqueca e como sempre foi, a Vitória do poderoso
vento nordeste que a acaricia diariamente, assim como a acariciou a Bossa Nova
naquele tempo; é até chamada deVentória Nenhum famoso se fixou por
aqui, nenhuma música foi composta em sua homenagem por aquela turma. Restou
muito carinho.
Mas a Bossa Nova deixou seu rastro e não é difícil encontrar nos bares
da noite, ou em gravações recentes, a forte influência de estilo que até hoje
percorre o mundo. Vozes como a de Ester Mazzi, Elaine Gonzaga, Andréa Ramos,
Márcia Chagas, Ava Araujo, Tammy, entre tantas, ou instrumentistas como Victor
Biassutti, Pedro Alcântara, Afonso Abreu, Marco Grijó, Roger Bezerra, Paulo
Sodré, os irmãos Rocha e os irmãos Paulo, entre muitos e muitos, confirmam que
a Bossa Nova está viva entre os capixabas.
Lembro agora do episódio que contou Cariê no qual teve um encontro
inesperado com Silvinha Telles, anônima em Vitória, acompanhada de Candinho,
seu ex-marido, na boate do clube Vitória . Surpreso, juntou-se ao casal e os
levou depois para saborear uma galinha ao molho pardo no antigo restaurante Mar
e Terra, o único a ficar aberto nas madrugadas de Vitória. Claro, que não
poderia faltar um violão naquela mesa. Depois de várias canções, e que belas
canções não devem ter cantado, um freguês, notadamente embevecido com a voz de
Silvinha Telles, resolveu afinal levantar-se e a ela dirigir a palavra: Como
a senhora canta bem. Que voz. Se a senhora permitir, tenho um amigo na rádio
Espírito Santo a quem posso apresentá-la. Tenho certeza que ele vai
contratá-la!
Carinho
pela cidade tinha Maysa. Comenta Lira Neto na biografia da cantora:
Vitória nunca mais esqueceria aquela
passagem de Maysa pela cidade. Embora tenha dito que estava ali à procura de
paz. Nem as pedras e os morros que compõem a paisagem do lugar e fazem dele uma
espécie de Rio de Janeiro em miniatura – dariam crédito àquele propósito. Em
uma cidade pequena, cada gueto era hiperdimensionado e ganhava ares de
escândalo.
Verdade foi o furacão Maysa causador
desse agito da Bossa Nova em Vitória.
Acho que nem Cariê, nem Evanilo, nem Moacir tinham idéia que aquela
música nova tão delicada e rebuscda que eles buscavam antes no Rio traria à
Vitória uma velha amiga da cidade pra tanto reboliço. Maciel de Aguiar comentou na página de O
Século Diário que Maysa fazia questão de dizer que era capixaba e que demonstrava orgulho
da família paterna, não pela aristocrática descendência laureada pela monarquia
brasileira do Segundo Reinado, mas pelo fato de muito se identificar com seu
pai, amante da música, boêmio e notívago como ela.
- Em Vitória eu já era “uma Monjardim” e não
deixei de ser eu mesma.
As histórias de Maysa são bem narradas
pelos biógrafos Lira Neto e José Roberto Santos Neves. Mas o narrador chefe é
Ruy Castro, dela e de outras histórias.
Maysa faleceu num acidente
automobilístico, na ponte Rio Niterói em 22 de janeiro de 1977.
Contei
historinhas. Quem quiser que conte outra. Aquela atmosfera dissipou-se. Há
pouco reencontrei um antigo amigo, residente em São Paulo, que viveu aquelas
auroras, magras e gordas.
Ficou
igual, mas é diferente. Melhorou, mas piorou e, se piorou, melhorou um
pouquinho. Temos que buscar os rastros daquele tempo. As ruas, ainda são quietas.
Os homens e mulheres estão mais quietos que outrora. Havia mais música para o
público. A música rasteja em pequenas casas e bares, sem regularidade.
Pequenas
histórias de uma cidade que já foi chamada de Presépio, Pérola do Atlântico,
Cidade Sereia, Cidade Atlântida, Guananira. Ilha do Mel, Cidade Risonha, Cidade
Sol e que poderia também ter sido chamada da Capital do amor, do sorriso e da
flor e, por que não, Capital Secreta da Bossa Nova?
Rogério
Coimbra, agosto de 2012.
terça-feira, 24 de julho de 2012
VIJAY IYLER, JAZZMAN DA VEZ.
Vijay
Iyer é o músico da vez.
A votação da 60º lista
anual (2012) da revista especializada em jazz, Downbeat, contendo músicos e
álbuns preferidos de centenas de críticos e jornalista norte americanos, está sendo
divulgada nesta edição de agosto. E o músico da vez, levando as melhores
colocações como o “Artista do Ano”, o “Melhor Grupo do Ano”, o “Melhor Pianista
do Ano” e o “Melhor Álbum do Ano – Accelerando”, além de “Compositor Revelação”.
Vijay Iyer nasceu em Nova
Iorque, tem 42 anos e filho de imigrantes indianos. Sua mãe o iniciou no piano aos
2 anos e sempre esteve envolvido com a música. Fez pós graduação em matemática
em Yale e partiu para um doutorado em física em Berkeley. A música o atraía e
com 23 anos já tocava com Steve Coleman. Logo fez dupla por bastante tempo com
Rudresh Mahanthappa.
O jazz incorpora sua
música, sem abandonar a indiana clássica, a carmática, o som das ruas, a polirritmia,
a experimentação harmônica, enfim, tudo que for de vanguarda para a segunda
década do século XXI.
Quanto aos “tradicionais”,
Maria Schneider ganhou como melhor Big Band, Brandford Marsalis o melhor Sax
Soprano, Rudresh Mahanthappa como melhor Sax Alto, Sonny Rollis melhor Sax Tenor,
Anat Cohen como melhor Clarinete, Herbie Hancock como melhor Tecladista, Joey
DeFrancesco como melhor Organista, Bill Frisell como a melhor guitarra,
Christian McBride melhor baixista, o veterano Bobby Hutcherson como vibrafonista
e, Jack DeJohnette, o grande batera. O
cantor Kurt Elling pela segunda vez foi o vencedor. Esses entre tantos e
tantos.
A organização dessa
listagem tem na verdade um bom sentido de visibilidade de alguns emergentes dos
quais não temos muita suas informação.
Fiquem com Vijay
Iyler, mas fiquem sobretudo com o jazz.
terça-feira, 17 de julho de 2012
LUIZ PAIXÃO.
Professor LUIZ PAIXÃO, aos 87 anos, esbanja vigor e alegria de viver. Ele é o verdadeiro professor de paixão pela música.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
ELIZETH CARDOSO: 92 ANOS.
Elizeth Cardoso faria hoje 92 anos. Sua carreira teve início
em ambientes com a presença de Tia Ciata, Pixinguinha, Dilermando Reis e, Jacob
do Bandolim, quem a lançou de verdade.
Ela pode ser considerada uma das maiores cantoras da história
da música popular brasileira. Intérprete de sambas canções e depois de sambas
autênticos e choros foi uma divisora de águas ao lançar o LP “Canção do Amor
Demais”, com músicas de Tom e Vinícius, em 1957, com a participação de João
Gilberto, sendo considerado o trabalho inaugural da Bossa Nova.
Também conhecida como a Divina, Elizeth Cardoso provavelmente
tenha gravado o mais diversificado repertório da música brasileira. Ouvir,
hoje, os discos de Elizeth, é conhecer a história e evolução da nossa música.
Fica nossa homenagem a essa grande artista.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
BALANÇO NA CHAPOT.
Mesmo indiferente à velocidade dos carros, a esquina Chapot com Rio Branco viveu minutos balançantes de alta qualidade: Melão, Victor, Andréa e o lusitano com ginga brasileira, Miguel Braga.
Um bom registro, com a participação não oficial de Luiz Paixão.
Um bom registro, com a participação não oficial de Luiz Paixão.
terça-feira, 10 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
VICTOR HUMBERTO CLAREIA O TEMPO.
Victor Humberto expulsa o tempo ruim e afasta as nuvens negras sobre Vitória. Para isso cercou-se de experientes alquimistas capixabas para, com puro prazer, simples prazer, fazer música de qualidade.
Victor Humberto, o incansável da música. Vale a pena curtir o efeito devastador de uma música transparente.
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