quinta-feira, 30 de junho de 2011

TRIBOZ UMA CASA SHOW. PROGRAMAÇÃO DESTA QUINTA ATÉ O SÁBADO.






Passe na rua Conde de Lages, 19, entre a Glória e a Lapa, RJ, que você reconhecerá esta porta. Lá dentro, a melhor música neste final de semana.







O quinteto residente apresenta NESTA QUINTA, 30,  novas composições e standards de jazz, sempre em versões muito originais. Convidados especiais e canjas selecionadas completam a noite, apelidada pelos assíduos freqüentadores de "Clube do Jazz".

Tomás Improta - piano, Mike Ryan - trompete, flugel, percussão, Marcelo Padre - sax e flauta, Rodrigo Ferreira - contrabaixo, Wilson Meireles - bateria.



Nesta sexta, dia 1º, é a vez do quarteto de Joana Queiroz .Clarinetista, saxofonista e cantora, que integrou a Itiberê Orquestra Família por quase dez anos, nasceu de sua vontade de criar um grupo em que pudesse abordar com liberdade os diferentes estilos musicais pelos quais transita e, principalmente, juntar os universos da canção e da música instrumental. O repertório conta com composições próprias e de grandes compositores brasileiros de estilos e épocas diferentes, como K-Ximbinho, Moacir Santos, Joyce e Arismar do Espítrito Santo.

Joana Queiroz - clarineta e voz, Bernardo Ramos - guitarra e voz, Bruno Aguilar - contrabaixo e voz, Antônio Loureiro - bateria e voz. Participações especiais: Vitor Gonçalves - piano, Beth Dau - voz.


 Sábado, 02, é dia do  Andrea Dutra Quarteto que tem linguagem própria e formou seu vasto repertório durante os cinco anos em que tocou nas tardes de sábado da Modern Sound. No repertório, muito jazz, samba e MPB, misturando Moacir Santos, Cole Porter, Chico Buarque, Tom Jobim e Stevie Wonder. 

Andrea Dutra - voz, Paulo Malaguti Pauleira - piano, Augusto Mattoso, contrabaixo, Ricardo Costa - bateria. - bateria.

terça-feira, 28 de junho de 2011

MARCELO COELHO, SEMPRE COM OS MELHORES.



Nosso amigo Marcelo Coelho é o músico convidado de Guinga e David Liebman no concerto de abertura do XXI IASJ Jazz Meeting, que será realizado no dia 02 de julho de 2011 no Centro Cultural São Paulo, as 19:00h. Antes disso, entre as 14:00h e 18:00h, haverá o encontro informal de músicos, professores e estudantes no Conservatório de Música Souza Lima.

A International Association of Schools of Jazz foi criada em 1989 e tem como objetivo promover o estudo do jazz ao redor do mundo. Seu diretor artístico é o grande saxofonista David Liebman, instrumentista consagrado e um dos mais importantes professores de jazz da atualidade. Vale lembrar que o saxofonista capixaba Marcelo Coelho foi um de seus alunos.

Maiores informações sobre o evento AQUI.

Extraido do blog   jazzseen.blogspot.com/

segunda-feira, 27 de junho de 2011

ELIAS BORGES CONTINUA COM SHOW DE AULA !

Elias está certo. Temos que praticar. "Brinquedo Proibido" é um tema do filme de René Clément, "Jeux Interdits", de 1952, mas que durante anos, todo bom aluno de violão sabia tocar. Era a marca do bom tocador. Vale apena relembrar, ou quem sabe, praticar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Variações sobre o jazz de rua, ou não.


   
Pensando bem o jazz nasceu na rua, não em lugares fechados, isso considerando o berço a cidade de New Orleans no início do século XX ou final do XIX; temos que consultar John Lester.

Nesta semana adentrei um recinto para assistir a um show de jazz, exatamente ao de Marcus Miller, quase que um lendário baixista; ele comemorava seus 52 anos, jovem, portanto, pelo fato de ter produzido e composto todas as músicas do disco “Tutu” de Miles Davis em 1986. Isso o credencia a celebrar essas bodas de prata. O show aconteceu no Teatro Casa Grande, RJ, numa fria terça feira de junho, 14, e como não poderia deixar de ser, casa cheia.

Marcus Miller, que andava sumido da cena jazzística, reinseriu-se na mídia pelos 25 anos do “Tutu”, e com louvor, não só pelo antigo trabalho como pela jogada de “revisitar” essa obra de inquestionável qualidade. Como baixista, deixou sua marca na juventude pelo seu estilo ácido de tocar, semelhante ao de seu contemporâneo Jacob Pastorious. Seu instrumento original, de formação acadêmica, era a clarineta e a clarineta baixo, ou clarone; preferiu adotar o baixo como instrumento.

Para esta temporada, trouxe consigo o tecladista Federico Gonzales Peña, o baterista Louis Cato, o saxofonista Alex Han e o surpreendente trompetista Sean Pean. A idéia era (re) tocar o “Tutu” e assim o fez, executando vários temas do disco. Muita energia e porradaria de bom gosto rolaram à vontade. A platéia relaxou quando ele sacou do clarone e solou “When I Fall In Love” emendando com “In A Sentimental Mood”, tema composto por Duke Ellington há 76 anos, convocando os solistas para uma sessão além da razão emocional, ou emoção racional, sei lá: foi arrepiante. O jazz estava vivo! John Lester se surpreenderia e sorriria a largos lábios.

Encerrando o show, Miller anunciou “Tutu”: logo após uma rápida exposição do tema, o malandro que não é baiano, e sim norte americano, ao reler a faixa título simplesmente transformou aquela paginação jazz-rock dos anos 80 num autêntico andamento “walking mainstream”, se assim podemos classificar aquela mágica música que costumamos generalizar como jazz, retornou a New Orleans e deu um salto para o contemporâneo. O tal do Sean Jones, na surdina como Miles, num fraseado a la Gillespie, confirmou porque é bem cotado no atual jazz world. Ah, quanta coisa!

 Mas voltando à rua, antes do espetáculo um figuraça, Sérgio Millan, na calçada em frente ao teatro estacionou sua bicicleta adaptada com um caixote na frente e um alto-falante acoplado, tal qual como desfilam bicicletas anunciando produtos e serviços pelas ruas de nossa cidade e que nos incomodam. Só que a do Sérgio Millan acomodava dezenas de CDs de jazz, à venda, e, pelos seus alto-falantes conectados a um disc-man, ou “ostra”(como assim classifica Reinaldo Neves ) propagava sons de Art Blakey, Art Pepper e John Coltrane. Pronto, o jazz estava na rua e o povo aglutinou-se para ouvir jazz e comprar CD importado a 15 pratas. O pipoqueiro ao lado ficou com inveja tal como ficaria Rubinho da Praça dos Namorados,  em Vitória. 

É isso que eu queria dizer, o jazz é da rua. E, quanto a bom jazz de rua, o Festival de Rio das Ostras, ou Rio dos Disc-Men, como quer Reinaldo Neves, oferece este ano uma programação impecável.

 Como não posso ir, fico como poste na rua, na esquina da Chapot Presvot com a Rio Branco, em Vitória, fingindo que vou atravessar, só para ouvir os suaves acordes de Biassutti,  Salviato Victor Humberto, e, quem sabe, encontrar com Kátia Rocha passeando com seu cãozinho.

GUSTAVO DUDAMEL.



" A música tem a missão de salvar o mundo. Estamos experimentando a degradação da sensibilidade- e só a música pode restituir a dignidade às pessoas. Todos têm direito à beleza. E não exatamente a beleza material. Pode parecer romantismo, mas restabelecê-la é uma tarefa real."  (Gustavo Dudamel, 30 anos, maestro venezuelano).

segunda-feira, 13 de junho de 2011

HISTÓRIA DA BOSSA NOVA EM VITÓRIA.Parte IX

E a Bossa Nova movimentou a pacata cidade de Vitória. Como uma música aparentemente tão calma em seu andamento poderia às vezes virar a ilha pro fundo do mar? A presença de Maysa em Vitória sempre fora motivo de explosões, fosse naquela época com as famosas brigas com Ronaldo Bôscoli ou mesmo muito antes, no verão de 1951-52, por exemplo, como conta Lira Neto em seu livro “Maysa- Só Numa Multidão de Amores”. Lira Neto conta que em pleno insucesso escolar Maysa veio para Vitória para abrir a temporada anual de caça aos corações masculinos capixabas. No carnaval de 52 foi eleita madrinha do bloco Marujos Por Acaso, do Praia Tênis Clube vestindo uma provocante fantasia que exibia seu corpo. Namorou o bloco inteiro, “menos eu que era o mais novinho e magricela da turma”, disse Roberto Menescal. O jornalista José Roberto Santos Neves que também escreveu uma biografia da cantora afirma que Maysa cantou pela primeira vez em público numa festa no Praia Tênis. Ela havia rompido um namoro com Guga Saletto após ele armar uma cena de ciúmes. Ela não fez por menos, foi ao microfone e dedicou uma música ao seu “ex”. A música era ‘Menino Grande’, de Antônio Maria. Dez anos depois parece ter havido um replay. Conta o jornalista Ronaldo Nascimento:

 Lembro bem da noite em que Maysa ia cantar no clube Saldanha, acabei dormindo , acordei tarde e eu fui lá de Santo Antônio a pé, pois tinha perdido o último bonde. Quando eu cheguei ao clube ela estava cantando aquela música, ”Menino Grande”,de Antônio Maria, sabe pra quem? Pra José Costa, porque naquele dia ela começou a namorar com ele. Aí o Ronaldo Bôscoli partiu para o hotel Canaã, fez as malas e se mandou pro Rio, naquele carrinho conversível. Acabou tudo naquela noite entre a Maysa e o Bôscoli. Nunca mais vi a Maysa, só depois uma vez que ela estava por aqui e tinha ido pro Bar Santos, lá na vila Rubim, com Vilmar Barroso, Lurdinha Martins, Lulu Beleza e Rachel Benezath. Eles disseram a ela que eu tinha morrido - foi numa fase que eu havia parado de beber. Era tudo uma festa. Mais tarde vim saber do desastre dela.

Ronaldo Nascimento era promotor de festas, proprietário de boate, um grande animador e conhecedor da noite capixaba. Vale à pena acompanhar seu depoimento:

 Quem vivia sempre aqui conosco também era o Antônio Adolfo, sempre passava lá no meu escritório no Vale, passava muito verão em Guarapari. Quem passava muito tempo comigo aqui também era o Chico Fim de Noite, o Chico Feitosa, e  o Nonato Buzar.
Lembro também dos encontros que a gente tinha lá na casa de Nilze Coimbra, que namorava o irmão da Maysa, Alcebíades, o Cibidinho, com aquele pessoal todo e com a Maysa namorando o José Costa na varanda.
A bossa nova deu gente nova por aqui, como o Afonso Abreu, Jorginho Saade, Mário Ruy, Virginia Klinger e eles sempre participavam das festas que eu promovia aqui, em Cachoeiro, Colatina, Governador Valadares.

Mas a gente tem que se lembrar de Paulinho Ney, um grande guitarrista daquela época. Ele veio daquela famosa boate Plaza no Rio de Janeiro onde nasceu a bossa nova. Tocava com Luizinho Eça ao piano e Ed Lincoln ao contrabaixo, era o Trio Plaza. Por aqui, em Campo Grande, Cariacica, havia um cassino e, para disfarçar, tinha uma boate na frente chamada Vagalume. Foi Graciano Espíndola quem trouxe Paulinho Ney para cá. Ele formou o Trio Vagalume com o pianista Hélio Mendes e o baterista Betinho. Paulinho Ney chegou a Vitória por volta de 1956. Depois, bem mais tarde, o trio virou quarteto com a inclusão de Marinho Carlos no acordeom, com floreios a la Art Van Damme. Depois ele foi para Governador Valadares tocar numa zona de lá, a Dulce, um cabaré fino, juntamente com um saxofonista também daqui, o Gastão Damazio.

Quem tocava de vez em quando com ele era o Hélio Macaxeira, o Hélio Esteves. Hélio de vez em quando desaparecia e fugia para Valadares. Não era um exímio pianista, mas era um boêmio. Era mais boêmio do que músico. Figura querida e inesquecível; era pai de Cristina Esteves, que casou com Antonio Alaerte, virou a cantora Chris Portella e cantou com a turma de Os Mamíferos, que era por sua vez irmã de Helinho Esteves, o Helinho Foguetão, grande violão nas serestas do Iate Clube. É bom lembrar que Leni Andrade tinha uma caída por ele, depois de se conhecerem na Bahia, um aconchego arretado: é o que sempre se soube por aqui. O Paulinho Ney quando voltou para Vitória tocou com o pianista João Virgílio. Ele faleceu há uns dois.

Paulinho Ney era talentoso, mas muito preguiçoso. Ele nasceu para dormir e tocar. Adorava acordar tarde. Quando Jânio assumiu e começou a proibir biquíni, briga de galo e essas coisas a gente falou pra ele que Jânio ia fazer uma lei que todo mundo no Brasil tinha que acordar às sete da manhã. Ele ficou apavorado. (continua).

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Carta Aberta a João Gilberto.

                             




Vale a pena falar sobre alguém que faz 80 anos. Nunca nos encontramos, nem por acidente. Estamos juntos, na terra e no ar, no rádio e na TV, no som do CD.



Quando criança ouvi “Chega de Saudade”, decorei a canção e voava na minha bicicleta repetindo, sem parar, peixinhos, abraços e beijinhos, o pato cantando na lagoa e o trevo no jardim. Sidney Miller e Paulo Thiago me ensinaram fazer o tal negócio da puxada do violão. Soube então que você fazia com 4 dedos. O mito nascia para mim.


Minha irmã disse que você e Astrud foram à minha casa, em Vitória, vizinha dos tios do Menescal, Álvaro e Noêmia Batalha Soares, e na varanda cantaram. Eu não estava lá mas sempre ficava tentando descobrir se ainda havia um tênue eco alojado nas brancas paredes abençoadas. Procurei esse eco por um longo tempo e sempre pedi à minha irmã para repetir a historinha.

A juventude que aquela brisa lançava sobre o mundo sabia que a bossa nova seria a companheira da felicidade, da paz, quem sabe da eternidade. Ela seria construída com dois pilares centrais, você e o Jobim, tendo nas extremidades desde o Caymmi, Bonfá, até o Johnny Alf e mesmo o Cartola e Geraldo Pereira, o Menescal e Carlinhos Lyra. Pela ponte passou o samba, o samba canção e seguiu com a bossa rumo ao mundo. Assim, estamos hoje pra lá e e pra cá na cadência do samba, um emblema nacional.

Você quando acaricia cada nota e a faz rir, e ir, pra frente e pra traz, com a melodia, a gente se sente num carrossel mágico, girando, girando, em volta da terra. Você criou uma nova estética, uma nova textura sonora. E só você consegue a transmutação para uma terceira entidade ao unir sua voz ao violão. Chega de saudade, chega de papo.

 É muito bom ter entre nós, neste país, com tantos expostos duvidosos, uma figura pública (!) como a sua, em plena energia aos 80. Esquisito ou não, você é o bom, é o bom, é o bom, Bim Bom. Parabéns para você.







                             

segunda-feira, 6 de junho de 2011

PAULO BRANCO, UM CAVALEIRO DO ROCK.

           

                 

  Fiel a si mesmo e sobretudo ao rock, o camaleônico Paulo Branco retorna à estrada da música, após quase dez anos, para lançar seu terceiro CD, “Dias Estranhos”. Paulo César Fontinelli desvencilha-se de suas vestes burocráticas, como um herói o faz com sua identidade secreta, e surge com sua armadura de cavaleiro cuja espada é uma afiada guitarra. 

O príncipe capixaba do rock paga sua dívida aos admiradores desse estilo perene após estar tanto tempo longe das baladas. Reuniu-se com os melhores, entre eles Saulo Simonassi, (guitarra, a melhor das melhores) Gabriel Ruy (bateria),Fausto Lessa, (baixo) Roger Bezerra (teclados) e, seu filho, Davi, também guitarrista, compositor e cantor, e formou o grupo base. Há também vários convidados de peso revezando-se nos instrumentos, como o baterista Marco Antônio Grijó, o trompetista Daniel Dias, entre outros, além da participação especial de Wilson Sideral, na música “Rua do Nada”, um dos mais atuantes da cena atual do pop-rock brasileiro e que vem a ser irmão do Rogério Flausino (Jota Quest) o que credencia e autentica a qualidade do trabalho.


A música título dá uma ideia como o trabalho deverá desenvolver-se e apresenta uma letra focada no cotidiano sócio-político urbano, o que confirma o amadurecimento do autor. Todas composições são do próprio Paulo Branco, só ou com parceiros, exceto “Olhos de Espelho”, autoria de seu filho Davi que também expõe maturidade e musicalidade herdadas do pai. O conjunto de nove músicas inéditas (apenas duas não o são) ouve-se como uma crônica urbana sustentada numa contagiante trilha.



O lado lúdico e espirituoso está presente na música “Meu Rock´N´Roll” onde Paulo descreve seu amor ao rock com interessante sequência de palavras que é a própria construção desse estilo musical. Outro destaque é a homenagem emotiva ao jornalista Marien Calixte, “Don Marien”. O CD, como um todo, reúne belas canções, todas ungidas com o envolvente e sedutor espírito do rock.


Os arranjos são irretocáveis dada a simplicidade que o estilo demanda e sobretudo às vigorosas intervenções dos sopros e das guitarras em si. O epílogo desse trabalho não poderia ser mais conveniente, e não contraditório, com a sutil introdução à música “Over The Rainbow” seguida da vinheta “Rock do Sono”, incluídas no tema “Dias Muito Estranhos”, onde se destaca um típico solo R&B do competente saxofonista Sérgio Rouver.


Este CD não tem nada de estranho, é puro roquenrou!



O lançamento de “Dias Estranhos” está previsto para o final do mês de julho, no Jazz Café, na rua Joaquim Lyrio, Praia do Canto, Vitória. Preparem-se.



Fiquem com a faixa título: