quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ÉRICO CORDEIRO EM COPACABANA.

ÉRICO CORDEIRO, autor de "Confesso Que Ouvi", uma coletânea de resenhas publicadas em seu conceituado blog BLOG JAZZ + BOSSA + BARATOS OUTROS, estará nesta sexta, 30, sábado, 01, e domingo, 02, na SALA BADEN POWELL, em Copacabana, autografando sua publicação.


A sessão de autógrafos ocorre sempre a partir de 18h, antes da realização dos shows que integram o "2º Festival de Contrabaixos do Rio de Janeiro", programados para  19 horas.


                               

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

MÚSICA AO VIVO, NO TRIBOZ, RJ.

Nesta quinta, 29, Tomás Improta, Mike Ryan e Rodrigo Ferreira convidam o flautista irlandês para uma noite de muito jazz e improvisação. No repertório, standards do jazz Body and Soul e Stolen Moments, e clássicos da bossa nova como Wave e Manhã de Carnaval. 

Tomás Improta - piano, Mike Ryan - trompete e flugel, Rodrigo Ferreira - contrabaixo. Convidado especial: Red Sullivan - flauta.



 Nesta sexta, 30, o pianista, compositor e arranjador, Helio Celso desenvolveu sua carreira no Japão com grande sucesso, tendo em sua discografia 12 CDs instrumentais e 4 CDs com a cantora Lisa Ono. Tocou com Vitor Assis Brasil, Paulo Moura, Maysa e Maria Creusa, entre outros. Sobre ele, disse Ivan Lins: "Helio é um super músico, é o nosso Bill Evans". No repertório, Cole Porter, Freddie Hubbard, Gershwin, Custódio Mesquita e músicas originais de Helio Celso, como "O gato e o novelo". 

Helio Celso - piano, Tony Botelho - contrabaixo, Rafael Barata - bateria.

MÚSICA AO VIVO, EM VITÓRIA.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PAULO MOURA, UM SOPRO BRASILEIRO.

Esta resenha foi originalmente publicada no suplemento Pensar do jornal A Gazeta, ES.



Paulo Moura, Um Solo Brasileiro.


A memória do músico Paulo Moura, falecido há um ano, é ativada através do lançamento do livro “Paulo Moura, Um Solo Brasileiro”, escrito pela psicanalista Halina Grynberg, casada com Moura por 26 anos e que também foi sua empresária e produtora musical. Trata-se de uma coleção de depoimentos cedidos à sua mulher, em forma de entrevistas. O seu conteúdo é rico e a narrativa revela os primeiros anos desse grande músico, seus primeiros passos profissionais, seu convívio familiar, sua evolução e seu conhecimento. Os depoimentos foram interrompidos infelizmente devido à doença que o vitimou em 12 de julho de 2010, aos 77 anos.

O projeto gráfico é refinado, numa edição bilíngüe presenteando o leitor com o  CD  inédito“ Fruto Maduro”,  produzido pelo músico e parceiro André Sachs. É o resultado de gravações ao longo de cinco anos, consequência de um laboratório experimental que reunia semanalmente músicos como Cliff Korman, Daniela Spielmann, Zé Carlos Bigorna, Laudir de Oliveira, entre muitos, no estúdio de Sachs, no Rio de Janeiro. Há preciosidades harmônicas e melódicas que bem demonstram o estágio musical em que se encontrava o clarinetista, inclusive com incursões à música eletrônica no estilo “fusion”.

Paulo Moura narra sua vida de forma envolvente, dede sua infância em São José do Rio Preto, SP, sua ida para o Rio de Janeiro, com a família, especificamente para o bairro Tijuca onde criou amizade com João Donato, Bebeto Castilho e Pedro Paulo, suas participações em grandes orquestras das emissoras de rádio Nacional e Tupi, seu ingresso na Orquestra do Teatro Municipal, como primeiro clarinete, suas primeiras gravações, seus primeiros arranjos e sua entrada no mundo jazzístico com Sérgio Mendes, Edison Machado, Tenório Jr e Cannonnball Adderley.

Também presentes em sua narrativa  notáveis esclarecimentos sobre a técnica de execução de seu instrumento, desde o sopro ao dedilhado, análises musicais sobre harmonia, e interpretação. Ele não esconde seu entusiasmo pela música de John Coltrane chegando mesmo a compará-lo ao compositor Wagner e como ambos os músicos contribuíram para o desenvolvimento da harmonia. Ele admite ter sido influenciado por  Benny Goodman.

A apurada técnica ao clarinete foi revelada em 1956 quando gravou um 78rpm com a música “Moto Perpétuo”, de Paganini, num lado, e, no outro, “O Voo do Besouro” de Rimsky-Korsakov, disco esse que o tornou conhecido junto ao público e aos músicos. Aliás, em certo momento de sua carreira, Paulo Moura quase que suplicava para que não pedissem que ele, depois de anos, voltasse a executar o “Moto Perpétuo”, tornando-se seu grande estigma. Seu primeiro prêmio em concursos de solistas foi um par de sapatos.

“Paulo Moura, Um Solo Brasileiro” é um livro especial, envolvente para músicos e para todos aqueles que amam a música, e também para os que se interessam pela história de um período da nossa sociedade. Infelizmente ele não conseguiu sobreviver para descrever para o leitor o DNA da música brasileira que ele tanto demonstrava em suas gravações a partir dos 1970, uma dedicação às raízes tão variadas que estruturam essa música respeitada em todo mundo.

Dois dias antes de falecer, na Clínica São Vicente, RJ, amigos como Wagner Tiso e Daniella Spielman gravaram o último solo de Paulo Moura. Debilitado, mas com grande esforço para sobreviver, com seus costumeiros vivos olhos, arregalados e azuis, Paulo Moura anuncia sua partida. Apesar de melancólico, é um importante registro do último momento desse grande músico.

 O endereço no Youtube é: http://youtu.be/U6thzv0n6Xc

Quem acompanhou a carreira de Moura através de seus discos pode bem perceber momentos de ruptura tais como quando se afastou do jazz para aproximar-se mais do choro e, depois da música popular urbana e então para a mais miscigenada. Discos como “Confusão Urbana...” (1976), “Mistura e Manda” (1983), “Dois Irmãos” (1992), “El Negro Del Blanco” (2004), são alguns títulos emblemáticos, sem esquecer-se do delicioso “O Som de Dorival Caymmi” (1991) ou mesmo o “Gershwin & Jobim” (2000). Afinal, são mais de 30 títulos. Sobre eles o maestro não teve tempo de comentar. 

Seu legado fonográfico está no CD”Fruto Maduro”, encaixado no livro, no qual há o indicador de como fluía sua música nos últimos anos.  Lamentavelmente o solo brasileiro de Paulo Moura foi interrompido. Fiquem com a faixa "Trem do Moura", parceria com André Sachs.<

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

JOÃO GILBERTO AO VIVO.


De acordo com Maurício Pessoa, diretor da produtora que leva o seu nome e um dos sócios do projeto, a turnê 80 anos. Uma Vida Bossa Nova surgiu após sinalização do próprio artista em retornar aos palcos: João é um mito da música popular brasileira e seus 80 anos merecem ser comemorados em grande estilo. E nada melhor do que celebrar com seu retorno aos palcos, afirma o empresário.
A turnê, orçada em R$ 8 milhões, contará com um repertório de clássicos imortalizados na voz de João Gilberto e canções inéditas que ainda serão definidas por ele. Como já havia sido anunciada, a turnê poderá contar com participações especiais de artistas nacionais e internacionais. Em virtude da divulgação do lançamento do projeto no início de junho, os organizadores afirmam terem sido sondados por artistas como Eric Clapton e Jon Hendricks que mostraram interesse em participar em algum dos shows.

Em tempo: Os ingressos custam em média 1.000,00 (Hum mil reais) Confiram em Ingresso. com

JOHN COLTRANE, PARABÉNS NAS ALTURAS.

John William Coltrane  - (Hamlet, Carolina do Norte, 23 de setembro de 1926Long Island, Nova Iorque, 17 de julho de 1967).

TEREMIM, QUEM QUER UM ?




  • O Teremin foi inventado em 1919 pelo russo Lev Termem. Trata-se de um instrumento eletrônico que não precisa de contato físico para ser executado, ou seja, ninguém precisa usar as mãos. O roqueiro Jimmy Page usou muito o Teremin nas suas pauleiras e, como não podia deixar de ser, metia a mão no instrumento: ele usava uma mão no ar e a outra ficava diabolicamente mexendo nos botões; ficou meio Teremin, meio sintetizador. No Brasil o instrumento notabilizou-se com Os Mutantes, sendo bem “manipulado” por Rita Lee.

    Em Vitória, há notícias que o grande seguidor desse instrumento foi o crítico de jazz conhecido como Predador, e, uma das razões é de que ele seria descendente do inventor russo. Outra razão, fortíssima por sinal, é que assim ele não precisaria colocar as mãos na máquina, reservando-o de qualquer incômodo do contato direto e consequente contágio. 


    Abaixo, um footage do tio avo do Predador e uma exibição atual com um tereminista famoso, Randy George. Isso prova que não o Teremim continua o mesmo.

    Hoje um instrumento, novo, custa cerca de R$800,00. A pergunta que fica no ar é: Teremin, quem quer um?







segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SALSA, UM SOPRO NO INTERIOR.


Entrevista originalmente postada em taru.ART.br em 17/03/2006. Atualmente Salsa afastou-se da cena capixaba e suas performances estão focadas no magistério, exatamente em Colatina, interior do ES.


Luiz Salsa Romero, mutimídia, saxofonista, produtor musical, comentarista de discos, psicólogo, professor de literatura. Destaca-se como incentivador de bons momentos musicais na ilha.

1.Salsa você nos últimos anos tem sido um dos mais destacados provocadores de espaços e apresentações de música instrumental (jazz, bossa & choro) aqui pela ilha, haja vista a movimentação da Curva da Jurema, as antigas terças do Bar Balacobaco e em outros lugares também. Conta como e quando você fez surgir esses movimentos e as quais resultados você acha que chegou? E em quais outros espaços que se pode fazer musica instrumental em Vitória e redondezas?

— Eu sempre fui muito descarado com esse lance da música. Mal aprendi a tocar uma escala e fui encarando a ribalta. O povo devia sofrer muito, mas eu, no afã de tocar um instrumento, não dava muita bola para crítica (autocrítica, então, nem pensar). Esse aspecto, posso afirmar, ajuda bastante na hora de encarar umas paradas, digamos, pouco ortodoxas. Comecei a tocar o tal do jazz com mais dois jovens músicos (Pedro Alcântara [16 anos] e Gustavo Mendonça [18]), ainda no início dos noventa, num restaurante próximo à terceira ponte (Yesterday). Esse foi o primeiro espaço que encarei: tocamos durante quase um ano, com um público sempre receptivo. Depois eu toquei durante um tempo com Fabiano Araújo (na época ele era um aluno cdf de engenharia e depois largou tudo e foi para Campinas cursar música) no já fechado restaurante Mão Na Massa, da nossa amiga Mônica. Um ponto bastante importante, quando se fala em inaugurar espaços, é nos cercarmos de gente que também encara qualquer parada. A receita é simples: músicos jovens. A rapaziada fica louca pra sair das garagens. Nesse primeiro tempo (anos 90) a fonte de músicos era (e continua a ser) a banda da Escola Técnica, dirigida pelo gente finíssima e grande incentivador (fica ali no basfond, sem dar as caras) e “criador de músicos” maestro Célio. Eis uma pessoa que merece uma homenagem. Bem, indo aos finalmente, o jazz na Curva, de fato, foi peitado por mim e pelo Duda (primeiro dono do quiosque de mesmo nome), que me convidou para tocar rock dos anos 60 e 70 na segunda-feira (o Paulo, dono do Plataforma dezesseis, e que ainda está lá, entrava com a reclamação na hora de pagar). Eu fiz a contraproposta de tocar jazz e ele (o Duda) encarou. Os músicos vitorianos (os mais antigos) não gostam de amadores, ou seja, era difícil arranjar companhia para tocar. Assim sendo, chamei a moçada do The Rover, banda que tocava e ainda toca covers de Led Zepelin, Hendrix, Deep Purple e por aí a fora, formada por Ricieri (guitarrista, depois foi pra BH estudar música e fez mestrado na Bahia) que depois foi substituído pelo Wanderson Lopes, Kako Zorzal (baixo) e Ziel (baterista e motorista de ambulância). A mídia sempre foi muito simpática e apoiou a iniciativa que, desde o início, contou com um público de faixa etária bastante heterogênea (aquela história dos oito aos oitenta) e fiel. A Alma do movimento, a meu ver, é a informalidade do espaço, o clima de improvisação (a quantidade de músicos que apareciam para as canjas era enorme) e a persistência (mesmo em noites de chuva, lá estávamos), fatos que não ocorrem nos bares “fechados” que existem na ilha. Tocamos durante quatro meses (de fevereiro a maio de 2000), até consolidar o evento. O sucesso da Curva proporcionou o surgimento de outros lugares para se tocar jazz, mas o clima nunca foi igualado. Atualmente temos, além da Curva, três lugares para tocar: o Jazz Café, o Café Touché (cujo maior inconveniente é não querer pagar aos músicos: é pelo couvert ou nada feito) e o recentemente aberto Teacher’s Pub (às terças) e, dizem, não tenho certeza, o também recém-inaugurado Bliss abrirá suas portas para a música instrumental. E, essa é em primeira mão, a partir de março, vamos invadir o centro da cidade: tocaremos (eu, Norberto Finn, Fausto e Diego) na Caverna do Simpson. Esse é um lugar que eu gostaria que funcionasse. O clima do centro da cidade sempre me atraiu.

2. Capixaba conhece capixaba e gosta dele? Há uma identificação, uma demanda de nomes por parte do público? Quem são os nomes mais conhecidos e celebrados dentro do movimento da música instrumental na noite?

— Na última década, o nível dos nossos músicos tem se elevado bastante (refiro-me ao universo dito jazzístico). Muitos saíram para estudar e, ao retornarem, estão formando um montão de gente boa (a abertura das faculdades também ajuda). Alguns já se consolidaram como referência para os jovens músicos: os pianistas, arranjadores e compositores, Pedro Alcântara, Fabiano Araújo e Turi Collura são três deles. Acrescentemos os nomes dos guitarristas (esses não faltam) Fábio Calazans, Wanderson Lopes, Zé Moreira, Bruno Mangueira, Gean Pierre e mais uma porrada que não me recordo agora. Os nossos baixistas ainda são muito eletrificados e em pouco número: Paulo Sodré, Caco Dinellis, Fausto, Otávio (de vez em quando ele toca jazz). Saxofonistas são os irmãos Paulo, Sérgio Rouver e Sérgio Meirelles (?) (o professor da Ufes). Trompetistas, por enquanto, só o Marcos Firmino e Daniel Dias. Bateristas: Edu Szajnbrum, Joãozinho, Dudu, Diego. Essas pessoas são mais conhecidas entre os próprios músicos. Nós temos um grande problema referente à divulgação da produção da rapaziada (rádio e TV parece existir apenas para o som pop). O preconceito ainda existe (do próprio público, inclusive, que não conhece e não quer conhecer por achar jazz coisa de intelectual). Já ouvi várias pessoas falarem, surpresos, depois de ouvirem o som, que não imaginavam que houvesse tal coisa em Vitória.

3. A remuneração do músico na noite obedece a regras? Há algum tipo de organização por parte dos músicos? Existe uma tabela, mesmo que informal? Qual o nível do profissionalismo local? Tem daquele tipo: ah, por esse cachê eu não toco, o mínimo é tanto... Vá rodar um CD !

— Que mané regra! É uma esculhambação geral. Como eu disse acima, tem gente que nem paga. A rapaziada vai lá só pra ensaiar e descolar um rango e umas cervejas. Pra conseguir descolar uns cem merréis é a maior trabalheira. Na maioria das vezes (refiro-me aos bares) os valores circulam entre 50 e 75 para cada músico. E ainda se ouve frases tipo: “você não está trabalhando, está se divertindo”. São poucos os que estabelecem um cachê e não abrem mão.

4. Você é conhecido por sempre projetar uma nova safra de músicos locais, os newcomers. Quem você destaca com um futuro garantido? Que dica você dá a eles?

— Estou tocando com três jovens: Diego (bateria), Alexandre (piano) e Fausto (baixo). Mas tem mais um monte de gente por aí. Citei um monte na segunda pergunta. Tem uma coisa no trabalho do músico (creio que serve para qualquer um que se envolva com arte e entretenimento): é um serviço de nômade. Tem que viajar. Acrescente-se uma dose de humildade, descaramento e estudo. Esse papo de autodidata é a maior furada. Falo por experiência própria.

5. Quais os cinco temas que não podem faltar numa apresentação de Salsa e executados em quais instrumentos?

— "In The Walked Bud" e "Boulevard Blues", de Monk (eu toco com o sax alto), "Summertime", de Gershwin (alto e tenor), "Bud’s Blues", de Bud Powell (alto), e, por fim, uma que eu não tenho tocado, mas gostaria: "Goodbye Pork Pie Hat", de Mingus (tenor).

Fiquem com Salsa(sax alto) Fabiano Araujo(piano) Paulo Sodré(baixo) e Diego Frasson (bateria) em " Lá Se Vai O Embaixador", do folclore capixaba.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

HISTÓRIA DA BOSSA NOVA EM VITÓRIA.Parte XIII.

1964. Vizinha ao Iate Clube morava a única velejadora de Vitória, Beatriz Abaurre, que, por coincidência era pianista. Beatriz era uma fada madrinha que sempre estava com nossa turma  nas  serenatas da mureta do clube. Com sua varinha de condão nossa fada iluminou o caminho para solucionar um problema gravíssimo que impedia a realização do show Depois do Carnaval:, a ser realizado no primeiro sábado após o Carnaval. O piano do clube estava uma lástima. Vivia aberto no salão e qualquer bêbado ou criança martelava o pobre coitado sem dó nem piedade.Se não havia piano para o show, o problema seria resolvido: Beatriz Abaurre emprestaria o seu, um piano meia-cauda.Simples, não ? Afinal ela morava praticamente em frente ao portão do clube, na chamada ladeira do Iate. Mas não foi bem assim.

Conta a jornalista Glória Musielo na edição da revista comemorativa dos 50 anos do Iate Clube:

Carmélia capitaneando o evento pediu aos “meninos” do grupo para transportar o piano da casa de Beatriz ao Iate. A casa dela, grande e confortável, havia passado por uma reforma e o piano não passava pela porta. Então os eufóricos “meninos” arrancaram o marco da janela para retirar o instrumento sem risco de arranhá-lo. O marido estava viajando e para eles foi mais fácil fazer a empreitada. Deixaram a casa sem janela, mas o piano foi levado numa boa, o show foi perfeito e o fato tornou-se memorável. Carmélia pediu suas músicas preferidas para embalar a festa: "Dorme", de, e, com o  Candinho cantando, "Não Sou Réu", com Adotivo," Dindi"," Suas Mãos" e outras.

Sobre esse fato o depoimento de Beatriz Abaurre em Escritos de Vitória-Música, é fundamental para melhor imaginar a cena:

Foi assim que um dia invadiram minha sala, ousando pedir meu piano emprestado para a festa do nosso quase privativo Iate Clube - uma verdadeira ilha dentro de outra ilha. Como não ceder a tal poder de persuasão? E desce piano ladeira abaixo, janela arrancada com tijolo, argamassa, vidros, caixilhos de madeira e parte da parede jogada ao chão, e  apenas os cachorros vigiando a casa arrombada.

Nossa energia era tão grande que às vezes eu pensava que o clube estava em alto mar, à deriva. Navegávamos livres e quem mareasse que caísse fora. Nossas retinas eram escotilhas a deslumbrar as nuvens, que sobre nós passeavam. Porém havia os reacionários do lugar. Onde eles não estão afinal? Hoje, a gente ri. Não se chorou muito porque éramos muito, muito felizes. Efeito Bossa Nova, certamente. O fato lamentável, de requintada barbárie, foi quando lançaram o contrabaixo de Afonso Abreu ao mar, com toques até de comicidade. Cravaram uma ripa em seu bojo, simularam uma bandeira com uma camisa rasgada e o empurraram mar adentro ao estilo de um barquinho vai, um barquinho vem. Na edição comemorativa dos 50 anos do Iate Clube , Afonso Abreu conta como aconteceu:

Foi em 1965. Eu perdi um pai quando eu era pequeno e fui à luta. Toquei em 18 bailes para poder comprar meu contrabaixo acústico de madeira. Um dia, depois de um dos bailes no Iatinho, deixei o instrumento por lá e fui embora para casa. De madrugada, um dos bêbados pegou o instrumento, colocou um pedaço de pau nele, como se fosse um mastro amarrou um pedaço de pano para servir de vela e o lançou ao mar. Para navegar. Botou meu contrabaixo para se arrebentar contra as pedras. No dia seguinte procurei por ele, e seu Ailton que era funcionário e trabalhava na garagem, chamou-me para ver. Só havia sobrado a rotunda, as tarraxas. Mais nada. Só pedaços de madeira. Quando veio a madrugada, o contrabaixo foi lançado pelas ondas contra as pedras e se quebrou todo,. Não servia para mais nada. Naquela época as pessoas tinham pouquíssimo respeito pelo músico. Fiquei sentido, muito desanimado. Foi um negócio muito chato.(continua)
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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

GIBSON: GARANTA A SUA !


Na semana passada o Governo dos EUA interveio na fábrica de instrumentos Gibson devido a supostas importações de madeira consideradas ilegais. Abaixo transcrevemos artigo publicado no Wall Street Journal, em 01 d esetembro, em matéria assinada por James Hagerty e Kris Maher;

 “A Gibson Guitar Corp., uma grande consumidora de tipos raros de madeira, há anos tem se aliado ao Greenpeace e a outros grupos de defesa do meio ambiente para mostrar seu compromisso com a preservação de florestas.
Isso não impediu que a empresa sediada em Nashville, cujas guitarras e violões são usados por músicos como B.B. King e Angus Young do AC/DC, fosse acusada pelas autoridades dos Estados Unidos de importar madeira ilegalmente. Apesar de a companhia não ter sido indiciada, as fábricas da Gibson foram vistoriadas duas vezes, sendo que na última vez por agentes federais na semana passada. Segundo eles, o ébano importado da Índia pela Gibson foi etiquetado de forma "fraudulenta" para ocultar uma contravenção à lei de exportações do governo indiano.



Henry Juszkiewicz, diretor-presidente da empresa de capital fechado, disse ao Wall Street Journal que um intermediário provavelmente se equivocou ao etiquetar as mercadorias, mas que a venda foi legal e aprovada pelas autoridades na Índia.



A lei aplicada à Gibson se refere à Lei Lacey de 1900, aprovada originalmente para regulamentar o comércio de plumas usadas em chapéus e que recebeu uma emenda em 2008 para cobrir madeiras e outros produtos derivados de plantas. A lei exige que as empresas forneçam declarações detalhadas sobre as importações de madeira e impede a compra de mercadorias exportadas em violação das leis do país estrangeiro.
O consultor Leonard Krause, que dá assistência a empresas que precisam se enquadrar sob a Lei Lacey, está recomendando que os clientes contratem advogados em países onde eles compram os produtos. "Quantas pessoas conhecem os estatutos da Índia?", disse Krause.



Os agentes federais fizeram a primeira vistoria nas fábricas da Gibson em novembro de 2009 e voltaram às unidades em 24 de agosto confiscando guitarras, madeiras e dados eletrônicos. Gene Nix, engenheiro de produtos de madeira da Gibson, foi questionado por agentes federais depois da primeira vistoria e informado que poderia pegar cinco anos de prisão.
"Dá para imaginar um agente federal dizendo 'você vai para a cadeia por cinco anos' e o que você faz é selecionar madeiras na fábrica?", disse Juszkiewicz, ao contar o caso. "Acho que isso é um exagero." Os empregados da Gibson, disse, estão sendo "tratados como traficantes de drogas."
Nix não foi acusado de nenhuma infração. Ele não pôde ser encontrado para comentários.



Um porta-voz do Departamento de Justiça não quis comentar. Embora representantes da Justiça ainda tenham a intenção de abrir um processo criminal contra a Gibson, a companhia ainda está questionando no tribunal do distrito federal de Nashville se o material confiscado em 2009 deve ser devolvido para a Gibson.
Nix foi à Madagáscar em junho de 2008 em uma viagem organizada por grupos de defesa do meio ambiente para conversar com autoridades locais sobre a venda responsável de madeira para fabricantes de instrumentos musicais. Depois disso, em emails investigados pelo governo, ele fez referência sobre "a corrupção generalizada e o roubo de madeiras valiosas", além da possibilidade de comprar ébano e jacarandá de Madagáscar no "mercado negro."
No processo aberto em 4 de junho, o promotor para a região central do Estado do Tennessee, Jerry Martin, citou os emails dizendo que "Nix sabia que o mercado negro significava comprar contrabando."
A Gibson negou a acusação e disse que os emails foram mencionados fora de contexto.



O governo americano tem se concentrado numa remessa de ébano em março de 2009 de Madagáscar. As leis de Madagáscar proíbem as exportações de certos produtos de madeira inacabados, segundo a Gibson e o governo dos EUA. A Gibson afirmou que o ébano havia sido cortado em pedaços e que as autoridades locais aprovaram a exportação como uma venda legal de mercadorias acabadas.
Autoridades americanas descreveram a mercadoria como "madeira serrada" e disseram que os agentes em Madagáscar foram "tapeados" por um exportador local sobre a natureza do produto.
"A atitude surpreendente do governo americano remete a um romance de Orwell", afirmou a Gibson num depoimento ao tribunal do distrito federal de Nashville.
Depois da vistoria em 2009, a Gibson parou de comprar madeira de Madagáscar. A Gibson continua a usar fornecedores da Índia para comprar ébano e jacarandá.



Em relação à vistoria da semana passada, o governo disse que tinha evidências de que o ébano da Índia foi etiquetado de forma "fraudulenta" para escapar ao veto às exportações de produtos inacabados.
"É bem possível que um intermediário tenha cometido o erro ao preencher o formulário", disse Juszkiewicz. Segundo a Gibson, o ébano foi parcialmente acabado e as autoridades indianas consideraram as exportações legais. Um porta-voz para o Ministério de Comércio da Índia não fez comentários.
(Colaborou Amol Sharma)

Confusão à parte, o mercado reage e pode até elevar o preço dos instrumentos dessa empresa que é um dos símbolos da sociedade norte-americana. Em Vitória há uma loja com belíssimas guitarras da Gibson. É a Backsatge, na Av.Rio Branco,799-Santa Lúcia.



Garanta a sua !

INDIANA NOMMA, SEXTA, NO TRIBOZ.


Indiana Nomma, sexta,9, no TRIBOZ.
Acompanhada pelos parceiros do início de sua carreira, a cantora hondurenha apresenta hits internacionais arranjados de modo jazzeado (como "Roxane", do Police, e "Eleanor Rigby", dos Beatles), standards de jazz e pérolas do repertório latinoamericano.


Indiana Nomma - voz, Eladio Oduber - piano, Alexandre Macarrão - contrabaixo, Sandro Alves - percussão.


Apresentação: 21h à 1h
Couvert artístico: R$ 20,00TribOz - Centro Cultural Brasil-Austrália
www.triboz-rio.com
Rua Conde de Lages, 19 - Off-Lapa
Estacionamento rotativo na Rua Conde de Lages, 44 (R$ 5,00)
Informações e reservas: (21) 2210 0366 - 9291 5942

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

JOYCE NO COMPASSO DA HISTÓRIA.


Joyce, incansável, talentosa, criou um projeto para circular nas escolas municipais do Rio de Janeiro intitulado “No Compasso da História”. Trata-se de uma série de documentários nos quais são narrados fatos marcantes da História do Brasil e para cada um deles há a presença da música popular. São canções que tratam, ou diretamente do tema, ou o abordam de forma geral. Há um time de craques para execução dessas músicas. Um show. Nomes como os de Alfedo Del Peño, Carlos Lyra, Sérgio Cabral, Nelson Motta, Sérgio Santos, Antônia Adnet, Soraya Ravenle, Herminio Bello de Carvalho, Cris Delano, Marcos Sacramento, Moska, e muitos outros bambas participam desse atrativo programa. Abaixo um trailer da série que está sendo exibida no canal 14, da Net, do Rio de Janeiro, quinzenalmente. Quarta tem a reprise da estreia, às 20h.


domingo, 4 de setembro de 2011

BEYONCÉ, PARABÉNS.


Beyoncé Giselle Knowles (Houston, 4 de Setembro de 1981)
Nas Alturas cumprimenta BEYONCÉ,  também pela sua interpretação como ETTA JAMES no filme "Cadillac Records". Afinal, ela é muito boa.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

CARLOS MALTA NO TRIBOZ, SÁBADO.


Em "Tudo Azul", o multiinstrumentista e compositor, Carlos Malta, é inspirado pelo célebre disco "Kind of Blue", de Miles Davis, traduzindo essa forma de tocar em composições que passeiam por estilos diversos como samba (Zamba-Jass), baião (Santa Clara), jazz modal em 7 por 4 (Soul Sin Sou Sim), e ainda clássicos da MPB. Sábado, dia 03, 21h a 00h.
Carlos Malta - saxes, flautas, clarone, pífanos, Daniel Grjew - piano, Guy Sasso - baixo, Richard Montano - bateria.
Couvert artístico: R$ 20.00 Attention! Reservations only by phone: (21) 22100366 / 92915942