segunda-feira, 23 de abril de 2012

Dia de São Jorge: Aniversários de Grandes Músicos.




Só para registro: hoje, 23 de abril, dia de São Jorge, é aniversario de músicos emblemáticos, divisores de época, renovadores. Dia de guerreiros.

Apenas para registro, pois estou Nas Alturas  e  pouco tempo há para sobrevoar meus companheiros leitores.

Vamos aos fatos:

1. Pixinguinha,  nascido em 1897... Sem comentários
2. Severino Araujo vivo, o Mestre da Orquestra Tabajara, símbolo de resistência da modernidade musical brasileira.
3. Geraldo Pereira, o malandro sambista que antecipou a divisão esperta da Bossa Nova e que foi aperfeiçoada por:
4. Milton Banana, o cara de Niterói, que literalmente, ou, musicalmente, quebrou tudo; foi “o baterista” da Bossa Nova.

Mas a data também registra a partida de dois gênios vizinhos:

1. Harold Arlen ,em 1986, e,
2. Red Garland, o galante, mas severo cavaleiro do piano, em 1984.

Salve São  Jorge.


quarta-feira, 18 de abril de 2012

SIDNEY MILLER.







Hoje, Sidney Miller faria 67 anos. Esse carioca que faleceu com apenas 35 anos, já com seus 20 anos firmava seu talento na cena brasileira com um discurso musical nacionalista, sambista e toadeiro. Nara Leão, descobridora de promissores compositores, gravou um disco, “Vento de Maio” com cinco músicas de Miller e, quatro, de Chico Buarque. Com 22 anos teve seu primeiro disco lançado pela gravadora Elenco, produzido por Aloysio de Oliveira, e alguns de seus sucessos surgiram como “O Circo”, “Passa Passa Gavião”, além de “Maria Joana”, “Marré de Cy” e “Menina da Agulha”. A toada “Pois É ,Pra Quê” permanece até hoje como seu grande sucesso. Fez coro aos que projetaram junto à classe média brasileira grandes compositores como Zé Keti, Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola.





Foi parceiro e amigo inseparável no início do cineasta Paulo Thiago para quem fez a trilha de “Os Senhores da Terra”. Compôs também para Boal e Guarnieri para a peça “Arena Conta Tiradentes”. Também para cinema, Sidney Miller foi o autor da trilha dos filmes “Vida de Artista” (1971) e “Ovelha Negra” (1974), ambos dirigidos por Haroldo Barbosa. Sidney Miller foi autor da trilha sonora das peças “Por Mares nunca Dantes Navegados” (1972), de Orlando Miranda, na qual musicou alguns sonetos de Camões, e do espetáculo a “A torre” em concurso (1974), de Joaquim Manuel de Macedo. Em1974 lançou pela Som Livre o último disco de carreira o LP “Línguas de Fogo.” Pela Elenco lançou “Sidney Miller” (1967) e “Brasil: Do Guarani ao Guaraná” (1968).



Sidney Miller, em sua juventude, sempre passava por Vitória, em companhia do amigo Paulo Thiago, rumo a Aimorés, onde familiares de Paulo tinham terras.Ficava um bom período na ilha onde fez bons amigos, entre os quais me orgulho de ter sido um deles. Aliás, foi um grande amigo de todos, sempre ajudando, solidarizando-se. Foi embora de repente, na noite de 16 de julho de 1980. Houve rumores de suicídio, mas de fato ocorreu uma parada cardíaca, supostamente causada por medicamentos e bebida. Ele andava afastado da atividade artística para qual pretendia retornar. Era então funcionário da Funarte, onde hoje funciona uma sala de espetáculos que leva o seu nome.





sábado, 14 de abril de 2012

ROCK LAMA.



 Não vi só braveza de Tapuias ou a luta dos Timbiras, mas a valentia de idealizadores de festivais de rock que não alcançaram seus objetivos. A história desses movimentos e memoráveis tentativas tem como referência o frustrado “Festival de Verão Guarapari”, o “Guaraparistock”, de Antônio Alaerte e Rubinho Gomes, em 1971, ou, o festival do baterista Canjica, em meados dos anos 70, com ampla divulgação de cartazes e panfletos, mas que foi brecado devido à precoce prisão de seu organizador. Ou então o “Festival de Música de Jacaraipe”, com um palco flutuante na própria lagoa de Jacaraipe, produzido pelo jornalista Ronaldo Montalvão, em 1982, mas que devido a divergências com o governo municipal, afundou no último momento, cancelando a apresentação de Ronaldo Resedá. Aconteceram outros bons encontros no camping da Barra do Jucu, organizados pelos Pignatons, e, depois, movimentos na praça da Cruz do Papa.


Uma dupla conseguiu realizar um evento para ficar na história: o Rock Lama de Juvenal e Vera Lúcia.


Curiosamente a expressão “lama” é familiar aos ilhéus capixabas. Poderia haver uma associação aos caranguejos, tão abundantes nos seus manguezais. Mas não. Lama é uma área urbana próxima à Universidade Federal do Espírito Santo, notadamente, Rua da Lama. Chamou-se Rua da Lama porque lá, no final dos anos 1980, era uma rua não pavimentada e, quando chovia, era pura lama. Hoje é um corredor gastronômico e boêmio com enorme assédio de jovens, intelectuais e universitários, uma clientela fiel à sua formação original.


Vamos voltar no tempo. Eu vi, àquela época, quando se fez a luz e o movimento de lama que era “limpeza”, purgativa, um convite ao novo, ao inexplorado. Ensaboava-se na lama. Eu a vi transformar-se em confeito de um reluzente bolo negro de asfalto cercado de luzes. E vi crianças com os pés descalços, calças enroladas pelas pernas, o peito nu e o incessante movimento dos corpos ao responder ao lascivo som das guitarras e ao motórico bater dos tambores. Era o Rock Lama.
A Lama surgiu na era Collor. A proximidade geográfica, promíscua, entre a UFES e a “Lama”, conduziu uma aventura de liberdade do campo do conhecimento junto ao campo da luta existencial, num intrépido “Balão Mágico”.
Vivia-se o governo de Collor, no meio da lama, com uma inflação de 30% ao mês, e pessoas e bichos movimentavam-se pelos bares “Socó”,” Mudando de Conversa”, o “Argentino” e suas empanadas, o mix “Raiz Quadrada” e o “Cochicho da Penha”, ainda vivo e fiel à sua história.


Dois jovens à época foram responsáveis pelo surgimento do Rock Lama: Juvenal e Vera Lúcia. Eles se desdobravam para levantar dinheiro para realização dos shows. Tudo era difícil com uma inflação de 30% ao mês. Um litro de gasolina custava Cr$ 360,00, o pedágio da III ponte era Cr$ 600,00 e a passagem do Transcol, Cr$300,00. Um cobiçado CD, Cr$ 10.000,00. O dinheiro era curto e até o governador Albuíno Azeredo não deixou de passar o pires frente aos reis Carl XVI Gustav e Silvia, da Suécia, que, na ocasião, faziam uma visita à sua empresa Aracruz Celulose. Imaginem Juvenal e Vera Lúcia querendo dar brilho à lama.


A data do primeiro espetáculo: Sete de novembro de 1991. Nasceu embaixo de chuva, como não poderia deixar de ser. Destacaram-se grupos que curiosamente evocavam nome de bichos: “Lobo Mau”, “Zoopatia”, “Lordose Pra Leão” e “Urublues”. Seriam reminiscências dos velhos “Mamíferos” dos anos 60?
Somaram-se também na estreia o “Companhia 95” e a “Banda II”, grupo sob a batuta do maestro Jaceguai Lins e que fez a primeira leitura moderna do tradicional congo, valorizando uma manifestação popular há muito esquecida pela mídia e pela classe média.


O Rock Lama teve ainda mais duas edições, em 1992 e 1993, quando se sobressaíram grupos como “Hands Of Death”, “Paletó de Madeira”, “Sub Viventes” e, “The Rain”, cujo baterista é o hoje jornalista e escritor José Roberto Santos Neves que, ainda esse mês, lança a história completa das bandas de rock no Espírito Santo.


Fica aqui um lembrete de que o Rock Lama existiu e que deve ser sempre lembrado, assim como o espírito incansável de Juvenal e Vera Lúcia.


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quinta-feira, 12 de abril de 2012

MARCO ANTÔNIO GRIJÓ, A VIDA DE UM BATERISTA.

Texto longo, até com um pouco de peso, já não usual nos anos 12. Mas, Vale Quanto Pesa, como dizia o reclame dos anos 40.




SURGIMENTO DO DESEJO 

Desde o jardim de infância, eu mexo com tambor, bato tambor. Sempre morei perto de escola de samba. Sempre gostei muito de ritmo, de coisas ligadas a ritmo. Primos meus me levavam muito para - coisas dos anos 50 – mambo, rumba, essas coisas. Eu morei aqui na Rua Sete, em Vitória, e vi nascer essas escolas de samba. Eu sou da época de blocos, batucadas, quando não tinha escola de samba. Depois, a coisa mais séria mesma, foi quando eu voltei para São Paulo. Eu sou daqui, mas sou nascido em Santos. Estudei uma boa parte da minha vida em São Paulo e em Santos e vinha aqui de férias. Eu vim para Vitória acreditando que aqui fosse ser uma redenção! Quando eu comecei a trabalhar com música em São Paulo, em 1963- 64, a coisa era muito boa. Estava assim acabando de alicerçar a bossa nova! 

Bossa nova para mim não foi só música. Na época, eu tinha 12-13 anos, e girava tudo sob um conceito de inovação. Tinha Brasília, Niemeyer, a obra de Villa-Lobos voltava. Era uma coisa, estava-se mudando a forma de pensar. Eu acho que foi indo, foi modernizando. Eu sempre gostei do Samba e da Bossa Nova, eu sempre tinha muita coisa do Haiti, música de ritmos, que são os ritmos brasileiros, uma mistura de origem da África com a Europa. 

O pessoal da minha casa sempre gostou de música, mas eu nunca tive um músico, assim, “meu ídolo”. Gosto de um bom baterista, gosto no geral, senão fica aquele negócio de idolatria. 

Na hora que a gente formou um conjunto, a bateria sobrou pra mim. Eu já gostava de ritmo, de acompanhar as coisas com a mão. 




FORMAÇÃO

A minha formação de músico não é bem acadêmica, porque eu não frequentei escola. Tive bons profissionais de música que sempre me ensinaram, que viram em mim alguma coisa. Então foram me dando orientações. 

Me virei sozinho, mas procurei seguir todo o trâmite regular, a coisa da didática: procurei métodos, fui entendo, trocava ideias com um, com outro. Eu não fui de ir à escola. Eu fui de encontro.
 

Minha formação é o que seria de todos nós: uns fazem ginásio e científico, outros fazem “clássico”. Por exemplo: as pessoas seguem as carreiras de advogado, engenheiro e tal, essa é a academia. Por esse ponto de vista, eu seria piloto de caça, que eu gosto muito de aeronáutica, mas... engraçado... eu fiz uns exames e minha audição não era muito boa! Aí eu caí para o lado da música.
 

Músico para mim era uma profissão, então eu tinha uma carteira profissional assinada. Aí eu vi como era difícil. Ainda mais num centro igual a São Paulo. Eu trabalhava a semana toda, de segunda a sábado, e tinha domingo remunerado.
 

A família sempre incentivou, não houve preconceito. Eu era assim, o tipo “bad boy” da minha época. A gente era assim, meio “enfant terrible”, meio esquerda, mexia com arte. Eu quis ser isso e trabalhei: aos dezessete anos, eu já tocava na noite em bares em São Paulo. Era totalmente diferente daqui: aqui você vai fazer um trabalho à noite e você precisa reunir seus amigos para bater palma para você! Em São Paulo, eu nunca me preocupei com isso. Eu vou lá para tocar, então eu tenho que comer, beber. A única coisa que a gente tinha com o que se preocupar era com as boas relações, fazer bons amigos. É a grande vitrine, o grande trampolim: você vai conhecendo e por aí vai. Na época, meus amigos Flora, Dom Um, Edson Machado eram muitos importantes. A coisa estava começando, então você tinha que ficar perto dos bons, se cercar dos bons.
 

Quando eu estudava em Vitória, o pai do Afonso Abreu era secretário de educação, e eles moravam em Cachoeiro. Por volta de 1956-57, eles vieram para cá. Eu estava estudando aqui e meus colegas de classe eram vizinhos de Afonso, na Praia do Canto e a gente se conheceu. E tinha esse negócio de música: ouvir música, fazer música. E um dia, decidi: “eu vou pra Vitória, vou terminar de estudar lá, vou dar um jeito na minha vida, vou me casar...”
 

Aí eu vim, terminei meus estudos, fiz contabilidade. Eu tinha trazido minha bateria. Quando eu vim pra Vitória, eu passei na casa do Afonso, e falei: ‘Eu estou vindo embora, com bateria, discos, roupas, papagaio. Vim com tudo". E fomos fazendo um conjunto aqui, outro ali, e chegamos ao “Mamíferos”, que era um grupo deles, que tinha aí: Arlindo Castro, Rogério Coimbra, Afonso Abreu, Sérgio Régis, Mario Ruy. Quem vai biografar a banda “Mamíferos” é Francisco Amalio Grijó. A gente mexia com literatura, música, fazia cultura, legal! Mas quando você faz as coisas aqui em Vitória tudo é muito interessante, legalzinho: “Que lindo! Vai lá em casa amanhã, tocar, depois: café, bolo, limonada, tal...” Mas não era bem assim, eu queria era tocar e ganhar dinheiro. Aí eu falei para Alfonso: “tudo bem que você seja convidado, que o cara te ofereça um jantar depois. Mas em São Paulo, estou acostumado a que um cara sentado numa mesa, mandando o pedido de uma música, pede ao garçom para servir champagne, uísque... ele pergunta o que vocês querem. E o trabalho tem que ser remunerado.”
 

Quando você está no meio, tem que se vestir de branco, colocar uma placa ‘doutor fulano’ e sair operando, entrar no centro cirúrgico, na cara de pau...
 

Se você me der um agulheiro e uma laçada de linha, eu sei usar. Eu sei pegar uma serra, serrar e montar um negócio barroco. Por quê? Porque na minha época, tinha isso: trabalhos manuais, canto orfeônico... Igual você vai para o jardim de infância: você vai aprender a amassar massinha... Isso são as habilidades destras, desenvolvimento motor, psicomotor... Música é harmonia, melodia e ritmo. Aí você vai juntando. Com um professor você vai fazendo a cabeça. Eu aprendi de tudo no colégio: clave de sol, clave de fá, clave de dó.
 

Fizemos boa música porque estávamos recém-saídos de colégio: Afonso fez vestibular e passou em Direito, o outro passou em não sei o quê, e todo mundo foi fazendo. Os meninos hoje são até universitários, mas não é porque eles estão numa universidade que eles vão ter uma cabeça melhor ou pior que a minha. Mas a minha, quando eu fiz, eu fiz legal! No final dos anos cinquenta, já estava me interessando por outras coisas, e veio a bossa nova, o ‘hip’ desajustado do Kerouac, dessa turma toda, “nouvelle vague”...
 

Eu viajei muitas vezes para o exterior: Estados Unidos, América do Sul. Fui a negócios, comprar instrumentos. Sempre que saí do Brasil, foi através do Ministério das Relações Exteriores, e para o interior foi através da Secretaria de Cultura.
 
MOMENTOS MARCANTES 

Gratificante, por exemplo, o meu primeiro trabalho profissional como músico: eu comecei tocando num baile, à noite. Fazendo a folga de um aqui, a folga de outro ali. Meu primeiro trabalho foi muito forte, porque tinha Paulo Autran, Teresa Rachel, Oduvaldo Vianna Filho, chamava-se ‘Liberdade, Liberdade’. Flávio Rangel como diretor, Oscar Castro Neves era o diretor musical. Quem me levou pra essa jogada foi Toninho Peti, Toquinho, grande amigo meu. Isso foi um negócio. Tinha uns dezoito anos... 

Meu primeiro trabalho de músico foi uma temporada. Eu saí de Santos, nós fizemos réveillon, janeiro e fevereiro num hotel em Campos do Jordão, e no final do contrato, o dono do hotel, Seu Henrique, um alemão velhinho, chegou e disse: “Vocês foram ótimos!”. E nós saímos de lá, com festas no Guarujá, festa na embaixada do Japão, em Brasília. 

Em Punta Del Est, estava tocando eu, Afonso e o Pedro. E o Pedro, o pianista, é o mais novo da gente. Paquito de Rivera era o diretor musical do festival, quer dizer um negócio só de nomes de peso, um monte de gente famosa. Eu disse: “Quando você está aqui é igual a todo mundo. Nós fomos convidados assim com eles foram convidados. O medo que você tem deles, eles têm de você. Vai faz o seu negócio e pronto!” Acabou e deu tudo certo, graças a Deus! Foi em 2006, o Festival Internacional de Jazz, no Uruguai. 

Eu toquei com todo mundo no Brasil, está tudo na minha parede: Hermeto Paschoal, Raulzinho, etc. Mas isso é uma coisa decorrente, normal da profissão. Em Vitória, quando você fala isso, as pessoas acham que você quer ser mais do que os outros. As pessoas falam: “Gilberto Gil é meu amigo”. Comigo não, o cara é meu amigo porque vivemos momentos na vida juntos. Se eu for contar minha vida a partir disso tudo, eu ia ficar dias falando aqui! Hermeto? Nós moramos juntos numa pensão, porque nós estávamos tocando junto num hotel. Meus amigos eram os amigos da onda, era o Claudio Willer, Roberto Piva, Mautner... Eram os caras que estavam tocando o movimento. 
PANORAMA ATUAL 

De 2000 pra cá, é que a coisa dá uma parada. Hoje em dia, você não vê mais nada. Você vê pessoas que passaram um bom tempo fora da música -Edu Lobo e outras pessoas- e que voltaram. Eu acho que da forma como a coisa tomou, a tecnologia foi para a ponta, e as coisas ficaram meio estagnadas. 

São poucas, as universidades no Brasil que têm um curso de música bom: Bahia, Brasília, alguma coisa em São Paulo e Rio, no Paraná, no Sul. O resto continua naquele esquema. 

A coisa tem que ser analisada. Na profissão, quando você tem uma carteira profissional, você é inscrito sob uma categoria, ou é autônomo, ou é patrão. E para viver de música você tem o quê? Em Vitória, você tem uma orquestra sinfônica, tem exército, marinha e aeronáutica... 

Músico é o cara que domina a ferramenta de trabalho dele, mas hoje em dia, é músico quem tem um instrumento na mão fazendo barulho. Esse é o músico. Não há uma coisa decente, é sempre um querendo derrubar o outro. E hoje com o gospel, as igrejas são donas dos negócios. Mas o músico só é músico lá, não pode tocar em outro lugar, que a igreja não vai deixar... 

É difícil quem pensa diferente num lugar pequeno, mas você fica na sua, você faz o que você quer, você não tem que dar satisfação de sua vida a ninguém! Se você quer fazer, vai lá! 





Texto chupinado de taru.art.com

segunda-feira, 9 de abril de 2012

ROBERTO SILVA, 92 ANOS.

ROBERTO SILVA (09 DE ABRIL DE 1920) O PRÍNCIPE DO SAMBA.


QUAL MÚSICA ENCANTA O BRASILEIRO?



Os empresários do setor fonográfico e de vídeo estão em êxtase pelos números crescentes nas vendas de CDs e DVDs no Brasil. Qual é a música popular brasileira que tanto encanta o país? Quem é o brasileiro que tanto consome cultura? Verifique a lista dos CDs e DVDs mais vendidos no Brasil em 2011.


OS 10 CDs MAIS VENDIDOS EM 2011:

Artista                                          Álbum

1.  Padre Marcelo Rossi...........“Ágape”
2.  Paula Fernandes ...............  “Ao Vivo”
3.  Paula Fernandes................. “Pássaro de Fogo”
4.  Luan Santana......................”Ao Vivo”
5.  Padre Robson.....................”Nos Braços do Pai”
6.  Padre Fábio de Melo..........”No Meu Interior Tem Deus”.
7.  Padre Reginaldo Manzotti...”Milhões de Vozes”
8.  Adele.................................”21”
9.. Damares.......................... .".Diamantes”(gospel)
10.Caetano & Gadu...............”Ao Vivo”


OS 10 DVDS MAIS VENDIDOS EM 2011.

1. Paula Fernandes.........................”Ao Vivo”
2.  Adele.........................................”At Royal Albert Hall”
3.  Luan Santana.............................”Ao Vivo”
4.  Patati Patatá..............................’Coleção”
5.  Balão Mágico............................”A Turma do BM”
6.  Xuxa.........................................”Vol.1 ao 8 “
7.  Padre Reginaldo Manzotti.........”Milhões de Vozes”
8.  Roberto Carlos.........................”Elas Cantam RC”
9.  XDuxa......................................”XSPB 11”
10.U2...........................................”U2 360 degrees”                 



domingo, 1 de abril de 2012

DUKE JORDAN, 90 ANOS.


Duke Jordan (1922-2006) foi um pianista de Nova Iorque, com um estilo encorpado no bop, que se transferiu para a Dinamarca em 1978, lá permanecendo até sua morte. Faria 90 anos hoje. Foi um brilhante compositor fabricando hits para o jazz, até hoje celebrados. Foi casado com a cantora Shirley Jordan. Compôs parte da trilha do filme de Roger Vadim “Ligações Perigosas” (1959), executada por Art Blakey, Lee Morgan. Barney Willen e o próprio Jordan, O tema do filme, “No Problem”, é um de seus sucessos, assim como “Jordu”, entre outros. Seu toque é refinado assim como suas construções harmônicas. Duke Jordan é dos meus.

Fiquem com "No Problem", com Jordan e, "Jor-Du", executada por um pianista  de uma mão só, Yuri Markin. É a música de Duke Jordan.

Abaixo, texto do Mestre Cordeiro. do  Jazz + Bossa + Baratos Outros   , que compõe a crônica "Taxi Driver: Um Conto de Fadas Novaiorquino", do livro "Confesso Que Ouvi", de Érico Renato Serra Cordeiro.



Irving Sidney “Duke” Jordan passou mais da metade dos anos 60 e parte dos anos 70 como taxista em sua querida Nova York. O melodioso pianista que acompanhara Charlie Parker nos anos 40 e que chegou aos anos 50 como um dos mais badalados compositores do jazz, chegando a ser convidado pelo francês Roger Vadim para compor a trilha do seu filme “Les Liaisons Dangereuses”, viu-se, por longos 11 anos, obrigado a abandonar a carreira e sobreviver, modestamente, das corridas que fazia a bordo de um táxi. Em 1973, a fada-madrinha apareceu-lhe sob a forma do produtor dinamarquês Nils Winther, que lhe convidou para gravar por sua gravadora, a respeitada Steeplechase.


A partir daí, Duke Jordan pôde retomar a carreira. Mudou-se para a Dinamarca, onde permaneceu até a sua morte, em 2006. Nesses mais de trinta anos, gravou e excursionou intensamente, pelo mundo todo, gozando de uma popularidade inédita até então, especialmente no Japão. Embora tenha se reconciliado com o sucesso e protagonizado um dos mais emocionantes contos de fada da era moderna, o grande disco de sua carreira foi, sem dúvida, o espetacular “Flight To Jordan”. Nesse álbum, Duke, coadjuvado por Dizzy Reece, Stanley Turrentine, Art Taylor e Reggie Workman erigiu uma obra-prima, uma verdadeira declaração de amor ao jazz. Mesmo afastado da ribalta, não cultivou rancores. Suportou estoicamente o destino que as Musas lhe haviam traçado e, no momento certo, soube aproveitar a chance para fazer renascer uma carreira que muitos davam como encerrada. Fez-se, então, uma rediviva Fênix – a Fênix do “yellow cab”.
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