quarta-feira, 28 de maio de 2014

AS 5 CANTORAS.





5 Cantoras.

Mônica Salmaso talvez não seja unanimidade, mas divide opiniões sobre sua voz, democraticamente: afinal quem é a grande cantora do Brasil contemporâneo?

O escritor e pesquisador José Roberto Santos Neves, autor da biografia de Maysa e trabalhando na de Clara Nunes, manifestou-se recentemente no FB elegendo Monica Salmaso como uma de suas preferidas. Disse ele: A cada dia mais fascinado por essa voz. Divina, celestial, uma terapia para a alma. Merece ser ouvida por todos. 

Rubrico na tela a opinião de JRSN e acrescento as vozes de Rosa Passos e Nana Caymmi. Elejamos então as três maiores? É pouco. É sabido que o Brasil é estrelado plenamente por vozes femininas. Então, vamos às cinco maiores cantoras/intérpretes.

Além das minhas três citadas, somo a voz de Gal Costa. E a quinta? Tereza Cristina? Leny Andrade? Beth Carvalho? Elza Soares? Maria Rita? Roberta Sá? Difícil, não ? Vou ficar voando sem rumo.

E quanto às queridas cantoras capixabas ?
Amélia Barreto, Andréa Ramos, Ava Araujo, Denize Dalmacchio Dorkas Nunes, Eliane Gonzaga, Elaine Rowena Ester Mazzi, Gardênia Marques, Julia Victoria, Kátia Rocha, Marcia Chagas, Márcia Coradine, Simone Dênves, Simone Itaboraí, Tamy, Vera da Matta? Excelente safra de cantoras. Quais seriam as 5 cantoras ? Cartas para a Redação.

E é muito bom que no Brasil as vozes femininas  formam maioria e encantam nossos ouvidos.


domingo, 25 de maio de 2014

Rosa Passos, André Mehmari & Caymmi.



Rosa Passos, André Mehmari &  Caymmi.

Dorival Caymmi foi homenageado dia 24 de maio, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, pela Orquestra Petrobrás Sinfônica tendo como solistas Rosa Passos e André Mehmari. Um espetáculo à altura da simplicidade e genialidade do compositor baiano.

André Mehmari, natural de Niterói, com 37 anos, foi o grande destaque. Seu talento como instrumentista e compositor já foi reconhecido pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, entre tantas, e transita com muita liberdade entre o erudito e o popular. Nessa noite apresentou um arranjo para a Suíte dos Pescadores cuja interpretação provocou um delírio extasiante na plateia que o ovacionou por vários minutos. Ele é sem dúvida um dos mais expressivos músicos da atual cena brasileira.

Rosa Passos, com sua habitual verve e delicadeza, não suportou a carga sonora da orquestra, com arranjos “pesados” para sua voz, encobrindo seu talento; tanto que sua expressão maior aconteceu quando cantou acompanhando-se ao violão por uma só vez. Ficasse apenas com sua excelente banda, com o tecladista Itamar Assiere e o violonista Gabriel Improta, estaria de bom tamanho.

Uma noite memorável liderada pelo encantamento das canções de Caymmi e o talento de Mehmari.


domingo, 18 de maio de 2014

GUINGA PAI.




GUINGA PAI.

Em 1995 encontrei Tião Neto, ex-baixista de Tom Jobim, trabalhando com partituras na Fundação Biblioteca Nacional. Indaguei sobre os rumos da vida: “Pois, é, depois que Tom foi embora, está difícil encontrar espaço para tocar”. Mas não haveria outros parceiros? “Preste atenção, tem um nome que vai reparar essa falta e o nome dele é Guinga”.

Há mais de vinte anos observo e surpreendo-me com o trabalho desse violonista/compositor que de certa forma já assustou muito ouvinte com suas incursões harmônicas e inovações no instrumento. Na última semana compareci ao Espaço Tom Jobim para mais uma vez, dentre outras raras, apreciar esse talento brasileiro. Surpreendeu-me deparar com um Guinga diferente, mais completo, mais encorpado, mais definitivo e, sobretudo, um Guinga Pai. Foi uma alegria vê-lo dividir ternamente seu espaço com jovens talentos os quais não se cansava de elogiar,  como um pai.

Estavam presentes no palco o seu parceiro letrista Thiago Amude, excelente intérprete, e um garoto levadíssimo, capaz de assombrar os mais bem avisados sobre o violão: Jean Charneaux. Foram temas divididos com absoluta maestria, lirismo e domínio sobre o instrumento. Viajamos pelos violões e temas de outrora numa esteira contemporânea, evocando Garoto, Dilermando Reis, John McLaughlin, Bill Evans, entre tantos mestres. Não se cansou também de citar o nome de Marcus Tardelli como uma das revelações da nova geração. Confesso que nunca havia visto usar-se o quinto dedo da mão esquerda, o polegar, como elemento extra na formação harmônica. Uma noite de revelações e virtuoses. Uma autêntica noite Guinga.


quarta-feira, 14 de maio de 2014

MÔNICA SALMASO, UMA VOZ SOBERANA,




Mônica Salmaso, Uma Voz Soberana.


Surpreende como a expectativa de se assistir a um show de Mônica Salmaso supera-se. Tudo se supera tratando-se dessa paulista que se apresentou no Rio nesta segunda última, dia 12 de maio. Acompanhada por Teco Cardoso e Nelson Ayres, Mônica Salmaso apresentou para os cariocas o seu espetáculo "Alma Lírica".


Mesmo tendo esse evento já ter percorrido o Brasil desde 2012, essa apresentação no Rio só proporcionou surpresas. A solução cênica foi de uma genialidade encantadora: exibiu-se o DVD dirigido por Walter Carvalho em plena cena e, assim, interagiu-se o "ao vivo" com o já gravado. Como se fosse o imaginário e o real. Fundem-se as imagens e sons do real e do projetado. Um mundo mágico é aberto para o espectador que não consegue respirar diante tanta musicalidade transpirada pelo trio no palco. Mônica Salmaso confirma sua posição de prima donna da música, popular(?) brasileira e excede em sua expressividade: um talento na música que demora muito a aparecer em décadas.

Precisão, competência, criatividade, sentimento e emoção transbordam no palco e atingem com leveza e sutileza o ouvinte. Som, luz, interpretação, marcação, tudo perfeito para a execução de um nobre repertório cuidadosamente oferecido a uma plateia extasiada por uma princesa da voz. Quem quiser saciar a curiosidade experimente o DVD "Alma Lírica" já circulando há algum tempo. Se não quiser considerar um material dèjá vu, considere-o ao vivo, tridimensional. Reinvente-se ao viajar com Mônica Salmaso, uma princesa no universo da música, majestosa, soberana.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

JAIR RODRIGUES (1939-2014)

JAIR RODRIGUES surgiu do nada e, com a onda dos festivais paulistas, nos anos 60, consagrou-se. Um grande cantor, uma grande pessoa, um pai que legou dois grandes artistas como o Jair, filho, e, Luciana Mello. Deixa Isso Pra Lá. Ah, esqueci e fui lembrado. Foi um daqueles carismáticos, plenos humanos.

Billy Blanco, 90 anos.



Sempre é bom lembrar de BILLY BLANCO que nesta data faria 90 anos. Partiu há 3 anos. Sua figura deve estar sempre na memória da música brasileira não só pela originalidade de suas músicas mas também pelo amor que dedicou às causas brasileiras.

Arquiteto, natural do Pará,mudou-se para São Paulo em 1946, onde soube bem dividir suas atividades de músico e profissional da prancheta. Formou-se no Rio, cidade que acolheu suas composições e onde produziu grandes sucessos como "Estatutos da Gafieira", "Samba Triste", "Tereza da Praia", "Esperança Perdida", "Lágrima Flor", entre tantas e, "Banca do Distinto", onde demonstra sua ironia e sabedoria de vida. Tem muitas parcerias com Tom Jobim. Amava São Paulo, como o Rio e, à cidade compôs "Sinfonia do Rio de Janeiro".

Billy Blanco foi um puro brasileiro dos bons tempos da segunda metade do século XX. Vale a pena buscar e curtir a obra dele.