A revista Downbeat surgiu em 1934 em Chicago e sempre se especializou em “jazz , blues and beyond”,como a própria publicação apregoa, sendo que nos dias de hoje também cobre a música latina, o jazz rock, o tecno, enfim, a contemporaneidade da música instrumental, e vocal, cujas raízes estão na velha base de 77 anos atrás, o jazz e o blues.
Acompanho o jazz há 50 anos e a revista Downbeat sempre foi a grande referência do mundo do jazz; seus artigos eram admirados, suas resenhas respeitadas, as entrevistas reveladoras e, sair na capa de qualquer número era sinônimo de respeito e credibilidade para os músicos. Era comum ao ouvinte colecionar suas edições e sempre a elas recorrer para ampliar seu conhecimento sobre essa fascinante arte musical.
Um dos números mais esperados era o de agosto, quando publicavam o resultado do Annuall Critics Poll divulgando a votação dos mais notáveis críticos para elegerem os melhores em seus instrumentos e habilidades. Era uma torcida entre nós. Era bem melhor que torneio de futebol ou prêmio do Oscar pois despertavam calorosas discussões após aclamações e decepções, sempre movidas aos velhos e coloridos LPs. Havia também o Readers Poll, cujo resultado saia no número de dezembro, mas sem causar muito entusiasmo.
O tempo passou e a eleição continua, um pouco diferente devido às novas categorias. A atual edição de agosto publica o resultado do 59th Annual Critics Poll o qual transcrevemos abaixo, em parte, relacionando apenas as três primeiras colocações. Confesso que há músicos que desconheço totalmente; outros são da velhíssima guarda. É bom ver veteranos como Sonny Rollins, Lee Konitz, Curtis Fuller, Bob Brookmaeyer, Buddy DeFranco, Jim Hall, Sam Most, Terry Gibbs, Bob Crashawn e Martial Solal ainda serem bem votados. Curiosa é uma matéria à parte, classificada como “beyond” que destaca o trabalho de Tom Zé.
Mas o grande vencendor foi Jason Moran, que além ter sido o músico do ano, e o melhor pianista, teve o seu disco “Ten” como o álbum do ano.
Após a lista, o leitor poderá apreciar um vídeo de 58´do Jason Maron Trio ( Tarus Mateen - baixo e Nasheet Waits - bateria) o repertório do “Ten”.
Vamos aos mais bem votados por 80 críticos de jazz.
Vamos aos mais bem votados por 80 críticos de jazz.
DOWNBEAT´S 59TH ANNUAL CRITICS POLL
Álbum do Ano:
1. TEN, de Jason Moran.
2. BIRDS SONGS, de Joe Lovano US Five.
3. CHAMBER MUSIC SOCIETY, de Esperanza Spalding.
HISTORICAL JAZZ ALBUM OF THE YEAR:
1. Duke Ellington, The Complete 1932-1940 Brunswick, Columbia and Master Recordings.
2. Miles Davis, Bitches Brew,: 40th Anniversary Collector´s Edition.
3. Henry Threadgill, The Complete Novus & Columbia Recordings of Henry Theadgill & Air.
PIANO:
1. Jason Moran.
2.Keith Jarrett.
3. Brad Mehldau.
HALL OF FAME:
1.Abbey Lincoln
2. Lee Konitz
3.Ahmad Jamal
VETERANS COMMITTEE HALL OF FAME:
1. Paul Chambers.
2. Scott LaFaro.
3. Eubie Blake.
COMPOSER:
1. Maria Schneider.
2 Jason Moran.
3.John Hollenbeck.
ARRANJER:
1. Maria Schneider.
2. Bill Holman.
3. Carla Bley.
BIG BAND:
1. Maria Schneider Orchestra.
2. Jazz At The Lincoln Center Orchestra.
3. SF JAZZ Colletive.
JAZZ GROUP:
1. Joe Lovano US Five.
2. Charles Lloyd Quartet.
3.Vijay Iyer Trio.
TRUMPET:
1. Dave Douglas.
2. Wynton Marsalis.
3. Brian Lynch.
TROMBONE:
1. Steve Turre.
2. Whycliffe Gordon.
3. Conrad Herwig.
SOPRANO SAX:
1. Dave Liebman.
2. Jane Ira Bloom.
3. Wayne Shorter.
TENOR SAX:
1. Sonny Rollins.
2. Joe Lovano.
3. Chris Porter.
ALTO SAX:
1. Rudresh Mahanthappa.
2.Lee Konitz.
3.Miguel Zenón.
BARITONE SAX:
1. Gary Smulyan.
2. James Carter.
3. Ronnie Cuber.
CLARINET:
1. Anat Cohen.
2. Don Byron.
3. Ken Peplowski.
FLUTE:
1. Nicole Mitchell.
2. Henry Threadgill.
3. Jane Bunnett.
ORGAN:
1. Dr. Lonnie Smith.
2. Joey DeFrancesco.
3. Gary Versace.
VIOLIN:
1. Regina Carter.
2. Billy Bang.
3. Jenny Scheinman.
GUITAR:
1. Bill Frisell.
2. John Scofield.
3.Russell Malone.
BASS:
1. Dave Holland.
2. Christian McBride.
3. Charlie Haden.
ELECTRIC BASS:
1. Christian McBride.
2. Marcus Miller.
3. Steve Swallow.
DRUMS:
1. Paul Motian.
2. Jack DeJohnette.
3. Brian Blade.
VIBES:
1. Bobby Hutcherson.
2. Gary Burton.
3. Stefon Harris.
MALE VOCALIST:
1. Kurt Elling.
2. Andy Bey.
3. Mose Allison.
FEMALE VOCALIST:
1. Cassandra Wilson.
2. Dianne Reeves.
3. Dee Dee Bridgewater.
BEYOND ARTIST OR GROUP:
1. Carolina Chocolate Drops.
2.Medeski Martin & Wood.
3. Dr. John.
Caro Rogério,
ResponderExcluirComo me lembro desse tempo...E sempre estava disponível para compra em algumas bancas. Os comentários dos discos, o número de estrelas para cada um, era uma indicação certa para irmos à Modern Sound e buscá-los.
Legal essa lembrança.
Um abraço
Ernani Salles
Coimbra,
ResponderExcluirVisitei a mostra We Want Miles no CCBB acompanhada de um "expert". Ele me chamou a atenção para números da revista, dos anos 40, creio, num formato enorme, tipo jornal-tablóide.
Aliás, você já viu a mostra ?
Um beijão.
Elisa
Estou com ciúmes.
ResponderExcluirAdorei sua lista.
Um beijão, meu !!!!!
Bom, esse Moran. Tocando Thelonious em outro filme do YouTube é bom pacas. Mas não me deu vontade de baixar, tem umas coisas dele disponíveis.
ResponderExcluirErnani.
HOLA ROGERIO
ResponderExcluirMUITO OBRIGADO PELO ENVIO DA DOWN BEAT , QUE DESDE JOVEM COSTUMAVA SER UMA GUIA
OU REFERENCIA PARA OUVIR AS NOVAS OU VELHAS TENDENCIAS.
SURPRESA GRATA PELOS SONNY , LEE KIONIITZ , GARY BURTON OU VARIOS VETERERANOS ,E
BOTA VETERANOS NISTO JUNTO A OUTROS QUE DESCONHECIA E ESTOU TENTANDO VIA
GOOGLE E BUSCA OUVIR
ENQUANTO AO JASON MORAN , E GRATO SAB ER QUE O JAZZ QUANDO NADA PARECE QUE
LEVARIA A NOVAS FONTES APARECE UN JOVEM COM PITADAS DE BUD POWELL ,CECIL
TAYLOR E ALGO DE MONK A DARNOS PROVAS DE QUE O JAZZ SE REIVENTA
SEMPRE
POR TANTO JAZZ PARA EL FRENTE, E ESTOU APROVEITANDO PARA OUVIR OS NOVOS
CANDIDATOS , MANTENDO SEMPRE MINHA FIDELIDAD A MEU GOSTO , PORQUE A LISTAGEM
E REFERENCIA NÃO UNANIMIDADE
ATE
FERNANDO RUEDA
Hermano Rueda,
ResponderExcluirBom que você curtiu a listinha, apenas com os três primeiros.
É sempre um prazer trocar idéias com você sobre jazz e música em geral, quando temos essa oportunidade, regando nossas conversas com uma legítima "devassa".
Você está certo. O jazz se reinventa, sempre, como você bem observou no toque do Moran as pitadas de Monk & Cia.
Um grand braço.