Desde os tempos de Cristo, tanto no Egito como na Grécia, o carnaval era comemorado em função dos períodos de colheitas ou mudanças de estações mas sempre obedecendo as mesmas características, tornando-se festas públicas, com uso de máscaras e manifestações folclóricas.
A introdução do carnaval no Brasil deu-se através do Entrudo, trazido pelos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que consistia em brincadeiras com loucas correrias, mela-mela de farinha com água de limão e ovos. O Entrudo era de mau gosto e grosserias, acontecendo num período anterior a quaresma, e buscava radical liberdade de expressão, sentido esse que permanece até os dias de hoje no carnaval, mas sem mela-mela.
O pesquisador Ary Vasconcellos considera o período entre 1870 e 1919 como uma das fases mais encantadoras da música popular brasileira, um período que corresponderia de certa forma à Belle Époque francesa, entre 1880 e 1914. Acontece que a influência francesa era total. Os carnavais dessa época eram movidos a scótis, polcas e valsas, bem ao estilo europeu. O choro surge em 1870 e sua estrutura musical era essa. Em 1873 popularizaram-se os Ranchos, surgindo depois as Marchas-rancho, que por sua vez tinham ligações com as tradições natalinas e dia de Reis com seus pastores e pastorinhas. Como não lembrar do sucesso de carnaval “As Pastorinhas”, de Noel Rosa e Braguinha?
Havia também o Maxixe, mas essa era uma dança proibida, um caso de polícia. As danças eram o tango, a valsa, a quadrilha, scótis ou xotes. O samba ainda não tinha ido para as ruas. Com o surgimento da lança perfume em 1899 esse tornou-se febre no carnaval de 1900, substituindo as bisnagas que só jogavam água. Nesse carnaval é lançada a marcha “Ô Abre Alas”, de Chiquinha Gonzaga, uma referência carnavalesca até hoje. Mas o carnaval que herdamos e se mantém até hoje, dá-se nos anos 1916, quando surge o samba e a presença das baianas nos desfiles. Os blocos eram liderados por jovens de bairros de classe média do Rio de Janeiro, embalados por choros e tangos. Era o carnaval que se moldava.
E hoje, 2012, os blocos do Rio, centenas deles, são de classe média e o carnaval de rua carioca já está chegando perto do carnaval de Salvador em termos de adesão e animação. É o ciclo da vida. Vitória também ver crescer seus blocos de bairro. Ontem foi dia do Bloco da Praia do Canto , organizado no Bar do Henrique, na rua Aleixo Neto. A cada ano ele evolui. Para a cidade de Vitória, como um todo, restou um pouco de tristeza principalmente pela antecipação da data de desfile das escolas de samba. A cidade quis assim, um carnaval melancólico no calendário oficial dessa milenar festa popular.
Coimbra,
ResponderExcluirDe fato o carnaval de rua do Rio está aumentando tanto que as autoridades estão resistindo em dar licença para muito novos saírem. É um tumulto só nos bairros.
Pena que o carnaval de Vitória esteja decadente.
Abs
Ernani Salles
Grande Ernani:
ResponderExcluirDepois da tragédia aí na área da Carioca + Cinelândia, traduzindo, Teatro Municipal, a gente tem que respirar.
Saúde pra folia.
abs
A volta dos blocos de rua no Rio está fazendo o carioca classe média voltar a brincar seu carnaval na cidade. Cada ano aumenta o número deles e melhora a organização. Era costume deixar a cidade só para os turistas e high society dos grandes bailes e desfiles. Quem sabe os blocos de Vitória conseguem animar os capixabas a fazer sua cidade mais alegre nessa época. Abraços, Elisa
ResponderExcluirAdoro o carnaval do Rio, sem frescuras, autêntico.
ResponderExcluirAdoro o carnaval do Brasil.
Viva o carnaval mesmo sem as ameaças de greves policiais.
ResponderExcluirO carnaval tem voz superior.