quarta-feira, 15 de agosto de 2012

ACABARAM-SE SONHOS E HISTÓRIAS DA BOSSA.






O sonho acabou, os tempos da bossa também, mas Victor Humberto acha que não. Meus colegas de música também brincam, mas, onde estamos nós?

Oi, oi, oi, você aí. A bossa é nossa e o Oi, oi, oi é de todos. A música brasileira transformou-se tanto que não dá conta do seu próprio recado. Somos muitos mas a Bossa está quieta no lado esquerdo do peito, bem como as Modinhas e Toadas de Tarcísio Faustini ou as Canções Universitárias de Rogerinho Borges.


Nossa música, hoje, em sua maioria, são marchas, forrós latinos e muita chula chorona. Claro que nossos cantos gilbertianos ou orlandianos persistem bem como o espírito de Antônio Brasileiro ou de Alfredo Viana. Mas permanecem as marchas baianas e o forte sotaque latino, que nunca nos abandonou desde a habanera, mesmo que o pessoal universitário, do pagode e do sertanejo, não se dê conta disso. 


Recentemente nossa presença no encerramento das Olimpíadas foi ofuscada pelo sistema sonoro vigente; quem poderia competir com a energia de velhos roqueiros soltando gogó no mais alto registro vocal? Seu Jorge, Marisa Monte ou outros intimistas? Foi quase uma bossa nova competindo com o rock inglês. Olimpíada é isso, é renovação, superação. E a música brasileira caminha também em altos brados. Quem renovará? Não sei. Qual seria a seleção de futebol? Não sei. Só não vale ficar dando porrada em bananeiras só porque deu certo para poucos.


Tudo está em seu lugar, a bossa, a roça, o grito. Não há nada de errado quando nossa música marcha sob forte batuta caribenha ou brada sentimentalmente seus reclamos. A hora é de recuperar a gentileza e subir um tom, subir um degrau do pódio. Temos que voltar a ser gente e cantar alto e bom som.


Quanto ao Victor Humberto tenho certeza que seu incansável ofício diário em nos contagiar com sua música permitirá que boas e novas histórias da bossa sejam construídas.

Assim caminha a humanidade.









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