terça-feira, 13 de dezembro de 2011

KURT ELLING.


É costume entre os frequentadores do Clube das Terças Feiras, cujas reuniões sucedem-se há quase 20 anos no Centro da Praia, Vitória, ES, assinarem em cada reunião, uma lista de presença, que na verdade é precedida por um questionário simples, às vezes embaraçoso, às vezes entediante. Recentemente, na falta do que perguntar, promoveram uma rápida enquete para apurar entre os consócios, os três cantores de jazz de todos os tempos.

 Num rápido olhar percebi uma unanimidade quanto aos nomes de Louis Amstrong e Johnny Hartman. Como 90% estão acima dos 60 anos, ou seja, é um típico clube de idosos aposentados, mas muito espertos, isso justifica a amnésia entre seus membros para certos assuntos que surgem do nada. Após concluída a pesquisa, lembrei-me de um novo nome (aliás, no CTF, as novidades são sempre recebidas com certa reserva, a não ser as notícias de casamento de filhos, formaturas ou nascimento de netos, ou, lançamentos de livros).

O nome de Kurt Elling surgiu: só foi reconhecido por 5% ou menos do grupo.
Ele incorporou a malícia de todos craques do século passado. Interpretação, divisão, potencial de voz, e muito swing, afinal, é o que todo bom jazz precisa. De Louis Amstrong a Jon Hendricks, passando por Mel Tormé, Johnny Hartman e Joe Willians, incluindo Jimmy Rushing, Frank Sinatra, Jackie Johnson, Tony Bennett, Billy Eckstein, e aqueles que esquecemos.

Kurt Ellings é um competente romantic-jazz-singer de hoje. Em tempo: ponto para seu piano-arranjer, Laurence Hobgood. Sem muita conversa, postamos aqui alguns vídeos desse cantor de 44 anos, nascido em Chicago.



7 comentários:

  1. Mr. Coimbra,
    Isso é um clube de admiradores de jazz ou um clube de provectos jogadores aposentados de bocha?
    Bom, acho o Elling meio "over". Prefiro-o num contexto mais discreto, sem os floreios e scats em profusão. Tenho poucos cds dele (uns quatro ou cinco), mas só ouço regularmente o Flirting With Twilight, que tem uma versão lindíssima de Moonlight Serenade.
    Bom, aproveito pra votar na enquete, embora atrasado: Mel Tormé, Tony Bennett e Johnny Hartman (Chet Baker tá logo ali, correndo por fora).
    Abração!

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  2. Pois é, Mestre Cordeiro, os aposentados de brocha nem citaram Chet Baker. Ah, como são sagazes os jovens.

    5 Cds do Elling ? Caramba, meu sonho é um dia ir ao Maranhão conhecer a discoteca do Érico e descobri quem apara o bigode do Sarney.Além dos azulejos franceses nas ruelas de São Luiz.

    Concordo com seus 3, e o por fora...Eu mesmo, além dos manjados, admiro muito o Mel Tormé, o trabalho dele com Marty Paich, seus solos de bateria e por aí vai.

    O Elling, pelo sim , pelo não, tem apelo popular, entre os românticos do swing.

    Março estaremos no TribOz.

    Obrigado pela sempre gentil visita,

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  3. reinaldo santos nevesterça-feira, dezembro 13, 2011

    O que sempre me surpreende no meio dos admiradores de jazz é a freqüente intolerância com que a maioria deles trata a opinião alheia, quando, é claro, contrária à sua. É o caso, aqui, da piadinha do nosso amigo Érico Cordeiro em relação ao juízo e ao gosto dos sócios do Clube das Terças que na enquete acima mencionada votaram em Louis Armstrong e Johnny Hartman (cantor que, incluído na lista do próprio Érico, torna-o também um provecto jogador aposentado de bocha). Por que isso, gente? Por que ninguém pode ser seletivo ou até excêntrico em seu gosto musical jazzístico sem ser logo agredido com uma piada sarcástica ou tachado de passadista ou, muitas vezes, coisa pior? É por isso que eu, com meus quarenta e tantos anos de ouvinte de jazz, mantenho-me ao largo desse meio em que grassam os que parecem ouvir jazz com o umbigo e, escarnecendo da opinião dos outros, subliminarmente atribuem às suas próprias o estatuto de abalizadas, definitivas e incontestáveis. A propósito, os três cantores em quem votei como melhores do jazz foram Louis Armstrong, Louis Armstrong e Louis Armstrong.

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  4. Veja o que a perda de tempo com um "cantorzinho de bosta" pode fazer. Um verdadeiro "strike" no Clube das Terças-feiras. Primeiro: discordo do articulador, mr.Coimbra, que diz ser um clube de idosos. Ele sabe e todos sabemos que os idosos (dentre mais de dez participantes do clube) são apenas três ou quatro, portanto não se caracterizando maioria; Segundo: este fato, desconhecido por mr.Cordeiro, não lhe dá o direito de fazer gozações pejorativas aos membros do Clube; Terceiro: quem realmente gosta desses "cantorezinhos de bosta", seguramente não são os ditos idosos do Clube das Terças.

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  5. Nunca, na história deste país, tantos jovens se manifestaram sem repressão.
    Nunca, na história deste país, houve uma coligação de vanguardistas em prol da proteção da infância e da juventude.
    Nunca, na história deste país,o bel canto teve tanta defesa pelos chamados de-bochados.
    Oh, democracia, nunca se afaste de nós.
    Todos para Cuba !
    Lá, sim, não há idosos e sim respeito pelas ardentes congas que estremecem e arruaçam os capitalistas decadentes. Viva Lucho Gatica !!! Viva Chuco Valdez!!!Viva La Revolución!!!

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  6. Meu caro Reinaldo,
    A piadinha infame nada tem a ver com o gosto musical dos membros do Clube das Terças (aliás, também endosso os nomes que emanaram da lista), mas sim da própria narrativa gariátrico-musical cantada em prosa e verso pelo nosso querido Rogério Coimbra.
    Longe de mim a intolerância, o sarcasmo e o escarnecimento em relação ao gosto alheio. Apenas fiz uma tentativa de pegar o gancho deixado por nosso agitador cultural Coimbra e tentei dar uma descontraída - se pareci rude ou feri suscetibilidades, peço desculpas. Até porque dos vários membros do Clube das Terças que conheci pessoalmente - incluindo os simpaticíssimos Fernando Achiamé, Chico Brahma, Paulinho da Embratel, João Luis Mazzi, Pedro, Salsa, Coimbra e André (os dois últimos tive o prazer de reencontrar em uma recente viagem ao Rio) - todos me pareceram muito bem conservados para a idade que o Coimbra quer fazer crer que possuem.
    E Mr. Predador, eu falei "bocha", viu? "Bocha"! Não há qualquer intenção pejorativa da minha parte.
    Grande abraço a todos.

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  7. Bocha, foi dito "Bocha",não Mr. Cordeiro ?
    Quase que uma letrinha de nada provoca rompimento de relações diplomáticas, convocação de embaixadores, boicote sonoro e outras medidas mais drásticas.
    Mas, como o jazz é paz, keep swing.
    Grato pelo "conservado". Daqui a quatro meses já posso andar de ônibus e metrô de graça: serei oficialmente idoso. Aos 70 certamente serei ancião.
    Não se esqueça das águas de Março.
    Abraços.

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