domingo, 1 de abril de 2012

DUKE JORDAN, 90 ANOS.


Duke Jordan (1922-2006) foi um pianista de Nova Iorque, com um estilo encorpado no bop, que se transferiu para a Dinamarca em 1978, lá permanecendo até sua morte. Faria 90 anos hoje. Foi um brilhante compositor fabricando hits para o jazz, até hoje celebrados. Foi casado com a cantora Shirley Jordan. Compôs parte da trilha do filme de Roger Vadim “Ligações Perigosas” (1959), executada por Art Blakey, Lee Morgan. Barney Willen e o próprio Jordan, O tema do filme, “No Problem”, é um de seus sucessos, assim como “Jordu”, entre outros. Seu toque é refinado assim como suas construções harmônicas. Duke Jordan é dos meus.

Fiquem com "No Problem", com Jordan e, "Jor-Du", executada por um pianista  de uma mão só, Yuri Markin. É a música de Duke Jordan.

Abaixo, texto do Mestre Cordeiro. do  Jazz + Bossa + Baratos Outros   , que compõe a crônica "Taxi Driver: Um Conto de Fadas Novaiorquino", do livro "Confesso Que Ouvi", de Érico Renato Serra Cordeiro.



Irving Sidney “Duke” Jordan passou mais da metade dos anos 60 e parte dos anos 70 como taxista em sua querida Nova York. O melodioso pianista que acompanhara Charlie Parker nos anos 40 e que chegou aos anos 50 como um dos mais badalados compositores do jazz, chegando a ser convidado pelo francês Roger Vadim para compor a trilha do seu filme “Les Liaisons Dangereuses”, viu-se, por longos 11 anos, obrigado a abandonar a carreira e sobreviver, modestamente, das corridas que fazia a bordo de um táxi. Em 1973, a fada-madrinha apareceu-lhe sob a forma do produtor dinamarquês Nils Winther, que lhe convidou para gravar por sua gravadora, a respeitada Steeplechase.


A partir daí, Duke Jordan pôde retomar a carreira. Mudou-se para a Dinamarca, onde permaneceu até a sua morte, em 2006. Nesses mais de trinta anos, gravou e excursionou intensamente, pelo mundo todo, gozando de uma popularidade inédita até então, especialmente no Japão. Embora tenha se reconciliado com o sucesso e protagonizado um dos mais emocionantes contos de fada da era moderna, o grande disco de sua carreira foi, sem dúvida, o espetacular “Flight To Jordan”. Nesse álbum, Duke, coadjuvado por Dizzy Reece, Stanley Turrentine, Art Taylor e Reggie Workman erigiu uma obra-prima, uma verdadeira declaração de amor ao jazz. Mesmo afastado da ribalta, não cultivou rancores. Suportou estoicamente o destino que as Musas lhe haviam traçado e, no momento certo, soube aproveitar a chance para fazer renascer uma carreira que muitos davam como encerrada. Fez-se, então, uma rediviva Fênix – a Fênix do “yellow cab”.
**********


                                             

8 comentários:

  1. Tenho uma notícia maravilhosa, Mr. Coimbra: deixei de lado esse negócio de jazz e agora é só alegria: axé, pagode, tecnobrega, kuduro, funk carioca, sertanejo universitário! Dá uma chegada lá no Ex-Jazz + Bossa, que agora passa a se chamar, com muita honra, ARROCHA O BURITI! Beijo no coração!

    ResponderExcluir
  2. Mestre Cordeiro,

    Amanhã, dia 2, você volta. Aliás, tem resenha do Jordan no livro ? Fiquei perdido.

    Curta este domingo como você merece, de Kuduro ou de Calcinha Preta; fique à vontade.

    Um abração.

    ResponderExcluir
  3. Caríssimo,
    Tem um conto sobre o Duke Jordan, chamado "Um conto de fadas novaiorquino". Não lembro o nº da página e não tenho nenhum exemplar à mão. Quanto às sugestões musicais, obrigado, mas já estamos no dia 02 :-)
    Abração!

    ResponderExcluir
  4. Obrigado, Mestre.
    Estou com o livro em mãos.
    Vou acrescentar ao texto.

    ResponderExcluir
  5. Em tempo, Mestre. Por ocasião da reedição, por favor, um índice onomástico.
    Abs

    ResponderExcluir
  6. Sr. Coimbra,
    já refeita do susto do 1º de abril no seu Blog, volto para o Mundo da Lua, ouvindo o genial Duke Jordan, em especial, "Tea for Two"&Stardust.
    Até.

    ResponderExcluir
  7. Boa escolha, Lua Branca.
    Jordan demonstra ao piano sua técnica e particular feeling nessa leitura de dois clássicos. Boa escolha.
    E o homem encerrou a carreira como motorista de taxi, assim como Cartola o fez como lavador de carro.
    É a mágica música.
    Obrigado pela visita.

    ResponderExcluir
  8. Ser citado no blog de alguém por quem tenho tamanho respeito e admiração é uma honra!
    Obrigado pela deferência, Mestre Coimbra.
    Quanto à sugestão, do índice onomástico, certamente haverá um no "Confesso que ouvi II - A Missão"".
    Grande abraço!

    ResponderExcluir