Hoje ele faz 80 anos, uma etapa
importante em sua vida e, sobretudo, uma vida respeitada, como músico,
compositor e homem, que calmamente seguiu seu caminho com uma harmônica no
bolso. Coisa simples.
Eu, eu, confesso que acordeom e
gaita, só gênios pode executá-los: Toots Thieleman,s Art Van Damme, Tommy
Gumina, Toninho Ferraguti, entre outros, e o Maurício Heinhorn.
Meus parabéns ao Maurício Einhorn que conheci, nos anos 1960, numa loja de discos na galeria Condor Do Largo
do Machado, RJ. Estamos aí.
Segue abaixo trechos de uma
entrevista sua concedida ao jornal O Globo, edição de 26 de maio, sábado passado
Logo após se casar pela primeira vez,
em 1966, Maurício Einhorn ouviu um amigo de sua mulher lhe perguntar qual era a
sua profissão.
- Músico – respondeu.
- Coitado – devolveu o homem,
acometido, segundo Einhorn, do mal conhecido como “franqueza em excesso”.
Ele ouviu muitas indelicadezas na
vida. “Qualquer um toca essa merda” é
uma delas, conta. Outra é “Porrinhola”,
uma derivação de “aporrinhar”, como sinônimo de gaita.
- “Estão pagando R$ 80,00, R$ 100
a um músico para tocar. Eu vou vender limão ou amendoim, mas não vou me submeter a isso. Sei que há muitos colegas que se submetem,
mas eles são eles, e eu sou eu.”
Einhorn estima ter 450
composições, sendo que apenas 50 gravadas.
As mais famosas têm letra e são clássicos da bossa nova: “Tristeza de
nós dois”, “Batida diferente” e “Estamos aí”.
- “Ganho do exterior uns US$ 400
por ano em função de três ou quatro músicas.
No Brasil, recebo uns R$ 400 mensais por 50 músicas. Não tenho nenhuma “Ai, se eu te pego” –
brinca ele, que soma os direitos autorais à aposentadoria de R$ 1.400 para
viver com mulher e filho num apartamento do Leme herdado do pai.
Sua criatividade nunca se afinou
com teoria. Teve aulas com Moacir
Santos, mas confessa que cochilava às vezes.
Com Hans-Joachim Koellreutter, rateou o preço com outros dois alunos,
mas logo largou. Lê partituras
lentamente.
- “Apesar de tudo, a gaita me deu
grandes compensações na vida”.
Um gigante da música. Muita saúde, paz e, principalmente, muita música para o nosso querido Maurício! Tive a honra de conhecê-lo pessoalmente e privar de sua inestimável companhia. Uma grande figura humana e um músico excepcional!
ResponderExcluirNo Rio ainda se paga melhor porque em outras localidades é muito pior.A música como mercadoria é um produto como outro qualquer, tem seu preço estabelecido pela lei da oferta e da procura. Agora se o profissional faz parte de algum grupo do mainstream ai o cachê melhora muito, se for econômico dá prá fazer uma boa reserva.Agora tem que proveitar a maré boa, porque depois que a maré baixa o bicho pega se tiver desprevenido.
ResponderExcluirSim, SN...
ExcluirSerá mesmo que o mercado do Rio está pagando mais ?
Verdade que a média é essa...
Que Noel Rosa reclame e baixe o pau lá do céu.
Um abrço.
Sim Elizabeth é o que paga ainda melhor, porque quando procuramos a tabela do Sindicato ou ela está defasada dai o pessoal paga em cima dela ou quando ela é atualizada o pessoal faz vista grossa e não respeita e diz posso pagar tanto, dá pra voce?O que vigora mesmo é a Lei da Oferta e da Procura.
ExcluirMestre Érico:
ResponderExcluirVocê sim, sabe dele. As histórias,a convivência, o almoço em família.
Músico brasileiro, não ?
Um abraço.