segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ELIS & NARA.



Semana de datas emblemáticas: aniversário de 70 anos de Nara Lerão e de 30 anos da morte de Elis Regina.


Elis Regina, eu a vi trabalhar em 1971 e 72. Era uma “música”, musicista, sei lá; era muito boa e consciente do que fazia. Ela comandava o conjunto, à época, com César Camargo, então seu companheiro, Luizão, Luís Cláudio Ramos, só craque, mas todos só faziam o que ela determinava. Faleceu em 19 de janeiro de 1982. Meu filho Delmiro tinha 10 meses de idade e estávamos em minha casa em Jacaraipe com dois convidados que, ao saberem da notícia, potencializaram tanta a dor da perda que choraram tanto, tanto, que o pranto foi maior que ao do bebê que não conseguia dormir: eram eles Aprígio Lyrio e Ester Mazzi.


Esta semana também é de lembrança de outra grande intérprete da música popular brasileira: Nara Leão. Ela faria 70 anos dia 19, a mesma data em que Elis se foi. Além dessa coincidência há outro elemento que as une: Ronaldo Bôscoli.

Um dos maiores poetas da Bossa Nova namorou (e amou secretamente até o fim da vida, como especulam) Nara Leão e, em outra época, foi casado com Elis Regina. Estou viajando com o livro A Bossa do Lobo – Ronaldo Bôscoli”, uma biografia de Denilson Monteiro, um extraordinário pesquisador, também responsável pela biografia de Tim Maia, “Vale Tudo”, depois escrita por Nelson Motta. Nara Leão e Elis Regina, fazem muita falta.


Já o bad guy, Ronaldo Bôscoli morreu, aos 66 anos, em 1994,  portanto sofreu com a morte de Elis, morta em 1982, aos 36 anos e com Nara, morta aos 47 anos, em 1989.

Creio não haver 2 cantoras como Nara Leão e Elis Regina, e melhor somar uma terceira, Elizeteh Cardoso, que tenham reunido tanto registro de compositores da história da música popular brasileira. As discografias das três certamente contêm o que há de mais representativo em nossa história.


Nesta semana também temos os aniversários de Cedar Walton (17), um dos meus pianistas favoritos, o sempre atento baterista Al Foster (18), o melancólico e inesquecível Ray Anthony (20), do novato intrigante Jason Moran ( 21), também de 10 anos de saudades da original Peggy Lee ( 21) , e,  aniversário do genial J.J. Johnson ( 22) .


Melhor encerrar com a suavidade de Nara. Uma boa semana.



4 comentários:

  1. Boa lembrança, Coimbra, apesar de penosa. Vi uma declaração do filho de Elis que a morte prematura da mãe teve um ganho artístico, mas, por sua vez a perda pessoal...
    Sou fã do Cedar Walton também.
    Feliz Ano Novo, mesmo meio tarde.
    Abração
    Ernani Salles

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  2. Bela e merecida lembrança sua destas fantásticas cantoras. Mas há uma outra, além da Elizeth, que para mim faz parte do time: Nana Caymmi, ainda ativa e fazendo shows, pena que cada vez mais raros. Abraços, Elisa

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  3. Deus, quanta coisa prematura. Igual à Amy.
    Beijão.

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