sexta-feira, 25 de março de 2011

MEU CARO AMIGO JOLA.




Carlos Eduardo Daddario, Jola, é o único carioca que conheço que evita ao máximo o Rio. Nosso primeiro encontro foi no verão de 1971 nas brancas areias no Posto 9 de Ipanema junto com as maravilhas das Denises,  Patrícias,  Martas,  Marias Tereza,  Paulas, Andréas e os feiões  Paulão, Tide, Beto,Tavo e o guitarrista Didito não só pelos seus invejados solos como pelos longos cabelos de roqueiro.

 Jola estudava medicina, em Petrópolis e não no Rio e, assim que se formou foi para São Francisco do Sul, litoral de Santa Catarina, morando hoje em Joinville. Pelo Rio só passa por cima, quando se dirige ao seu paraíso particular numa daquelas praias que ninguém conhece na Bahia, Algodões, por exemplo.

Tive o prazer de revê-lo no Natal de 2005. Como abrira uma exceção e passara pelo Rio para uma visita familiar, pegou um ônibus para a Bahia com parada em Vitória. Um privilégio. Chamou-me a atenção que era o mesmo Jola que eu vira acenar num adeus ao Rio em 1973, apenas um pouquinho diferente pelo corpinho de pêra, mas o mesmo constante sorriso; ao tiracolo, um violão. No Rio, naquela época, após a praia, era obrigatório nos reunir em sua casa na Rua Redentor para um macarrão com presunto e creme de leite com litros de Coca Cola e nuvens de fumaça mágica.  Depois, exortávamos as cordas de nossos violões até a exaustão com a cumplicidade das vozes das meninas e dos incessantes tambores do Tide. Desfilávamos um repertório pós Bossa Nova e por vezes a gente se denominava San Sebastian Band.

Outros tempos, outras vidas, mas Jola nunca parou de me atualizar com seus sonhos sonoros enviando-me fitas K-7 com seus temas. Em 2005 mostrou-me diversas composições. Mas foi em 2010 que ele me acordou para anunciar que tinha sido gravado e lançado por uma cantora de Joinville, Ana Paula da Silva.

Estampa bonita, música segura, Ana Paula já dividiu palco, fosse na Europa, na Argentina ou no Brasil com Leny Andrade, Lô Borges, e o falecido Joe Zawinul, além de outros famosos.  Seu último CD tem lançamento independente nos EUA, e, Jola, vai junto no pacote de exportação. Ana Paula da Silva, além de bela e competente cantante, é a fada madrinha de Jola ao coroar seus sonhos.

O ciclo se fecha e Jola, no entanto, não se fez de besta nem de rogado preferindo seguir sua vida de pizzaolo famoso na região de Joinville e criar novas canções. A propósito, lá, Jola é Carlos, Carlos Eduardo ou Dr. Carlos.  O nosso antigo amigo , a gente chama de Jola.



Ana Paula canta Jola:

 "Macumba de Sogra".

9 comentários:

  1. Gostei da música e da intérprete. Mas por que esse horror ao Rio ?
    Elisa

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  2. Pergunte a ele, Elisa. Mistérios do Jola.Mas o Rio às vezes irrita um pouco.

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  3. devo registrar a parceria da MACUMBA DE SOGRA,com meu parceiro fabio poletto.carlos jola daddario

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  4. Fica o registro: Fábio Poletto.
    Afinal, de quem é a sogra ? Sua ou do Fábio ?
    Breve divulgaremos outras músicas.
    Um abraço.

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  5. sei q a minha nao era....rsrsrsr.....agora,vai saber de quem...
    abç .
    jola

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  6. Olá Rogério, muito bom o blog, em particular o texto sobre nosso amigo multiinstrumentista Jola: ortopedista, músico, marceneiro, curtidor da Bahia... Valeu a inclusão do meu nome que me fez recordar aqueles bons tempos. Após esses anos só estou um pouco mais... feião.
    Jola, parabéns pelas músicas, sambinhas da melhor.
    abraços
    Paulão

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  7. Grande Paulão. Quanto tempo
    Somos todos feiões;maravilhas são aquelas meninas, assim espero, se o tempo foi gentil.
    Bom que o Jola tenha emplacado umas três, até agora, com a Ana Paula. Talvez o reveja no final de abril.
    Prazer tê-lo aqui nesta diversão pois, com o tempo, aposentado, temos de exercitar os neurônios.
    Um grande abraço.

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  8. Rogério, adorei a história do Jola e a inclusão das meninas, obrigada pela lembrança. A Macumba de Sogra já era minha conhecida, muito boa, me lembra Vanzolini, acho que nunca disse ao Jola. Mas gostei mesmo foi de conhecer seu Blog, como naquela época, você sempre apresentando o que há de bom!! Bjs, Marta

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  9. Rogério,

    Muito divertido o texto que voce escreveu com as recordaçoes de Jola e sua trupe!
    Abraços,

    Maria Luiza.

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