sexta-feira, 18 de março de 2016

Os Cariocas - Cartao de Visita (Edivaldo Sposito).

Desde o programa anterior - com “Ela é Carioca” – já estamos no segundo LP no selo Philips [a fila anda!]: “Mais bossa com Os Cariocas”, de 1963.

Este álbum mescla músicas mais conhecidas com outras nem tanto; mas, nem por isto menores.
É o caso desta “Cartão de visita”, do musical “Pobre menina rica, escrita por Vinícius e musicada por Carlos Lyra, que embora tenha outras gravações, nenhuma tem o balanço do nosso Fab Four[Por falar em Fab Four: quem se mudou para o andar de cima, ontem, foi o 5º Beatle: George Martin. Após esta série, faremos programas em sua homenagem, também]
O espetáculo estreou em 1963 na boate Au bon Gourmet, com Vinicius de Moraes na leitura da sinopse; e Carlos Lyra, Nara Leão e o conjunto de Roberto Menescal na interpretação das canções.

A peça propriamente dita, com diálogos e tudo mais, ficou na gaveta. Porém as canções foram lançadas em disco produzido em 1964. Os arranjos eram para ser de Tom Jobim e no papel da pobre menina rica a candidata era Elis Regina. Resultado: nem Tom, nem Elis. Os arranjos foram de Radamés Gnattali e no papel a jovem foi de Dulce Nunes.
Para os curiosos e arqueólogos musicais, este é o repertório - todo de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes - conforme o LP do musical:
“Marcha do amanhecer”
“Samba do carioca”
“Cartão de visita”
“Sabe você”
“Broto triste”
“A primavera”
“Pau-de-arara”
“Canção do amor que chegou”
“Maria Moita”
“A minha desventura”
“Valsa dueto” 


CARTÃO DE VISITA
Quem quiser morar em mim
Tem que morar no que o meu samba diz
Tem que nada ter de seu
Mas tem que ser o rei do seu país
Tem que ser uma vidinha folgada
Mas senhor do seu nariz
Tem que ser um "não faz nada"
Mas saber fazer alguém feliz

Tem que viver devagarinho
Pra poder ver a vida passar
Tem que ter um pouco de carinho para dar
Precisa, enfim, saber gastar e ao receber uma esmolinha
Dar de troco o céu e o mar
Tem que ser um louco
Mas um louco para amar

Vai ter que ter tudo isso
Tudo isso pra contar

Tem que bater muita calçada
Só cantando o que o povo pedir
Só vendo a moçada praticando pra faquir
Precisa, enfim, filosofar
Que ser alguém é não ser nada
E não ser nada é ser alguém
Tem que bater samba
E bater samba muito bem

Vai ter que ter tudo isso
Tudo isso e o céu também
 Por Edivaldo Sposito- Rádio Manhattan

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