quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

16 ANOS SEM TOM JOBIM.

16 Anos sem Tom Jobim.
Rogério Coimbra.

Oito de dezembro. Tom Jobim. Data e nome emblemáticos. Já escrevi isso por ocasião dos 15 anos sem Tom Jobim. A gente não deve esquecer, apagar. Oito de dezembro é quando no Brasil centenas de cidades comemoraram o dia de sua padroeira, Nossa Senhora da Boa Concepção, a Imaculada Conceição, entre elas Recife, Belo Horizonte, Angra do Reis e, no Espírito Santo Guarapari, Conceição da Barra e Serra, quando se inicia o ciclo natalino que vai até 20 de janeiro. Festas, folguedos, devoção. Um dia santo no qual foi-nos levado o maestro, no qual foi encantado.
Tom Jobim, além de ser escutado, tem que ser lido. Há sempre uma surpresa em suas palavras, um toque de sabedoria, algo esclarecedor, seja com sarcasmo, ou humor, ou com profundidade, atualidade. Nesse momento em que nos deparamos diante da televisão para assistir a espetacularização da tomada dos chamados territórios de traficantes no Rio de Janeiro, nos morro do Cruzeiro e do Alemão, com a polêmica participação das Forças Armadas, Tom Jobim, há 16 anos, pouco tempo antes de sua morte, concedeu uma série de entrevistas e vale destacar essa oportuna declaração sobre a polêmica de o Exército ocupar os morros para combater o tráfico: Você tem que controlar a situação que está aí. Em caso de perigo, ou mato ou morro. Nós temos uma coisa muito hipócrita. Queremos que tudo seja bom, sem o Exército na rua., sem subir o morro. Nos Estados Unidos quando a coisa piora, aparece a polícia e, se ela não der conta, aparece o Exército com tanques e canhões. Mas dizer que é favor do Exército nas ruas é antipático. Temos essa hipocrisia.” (“Antônio Carlos Jobim Uma Biografia”, por Sérgio Cabral; p 393-Lazuli Ed.)
Mesmo longe ele sempre está por perto. Seu envolvimento com as questões da natureza sempre esteve à frente de sua própria criação, o envolvimento com o mágico, com o telúrico, sem perder a delicadeza de tatear a alma dos mortais. Como é bom ouvir Tom Jobim e lê-lo também, repito.
E não há como escapar desta data de oito de dezembro: são 30 anos sem John Lennon( the dream is over). E este ano de 2010 tão cheio de lembranças completando 30 anos sem Bill Evans, 30 sem Cartola, e, 40 anos sem Jimmy Hendrix. É muita coisa.
Como é fecunda a herança desses mestres cujos tópicos ainda desconhecidos possam surgir para nós num longo tempo para admirá-los. Saravá.

2 comentários:

  1. Boa lembrança. Tom é inesquecível.

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  2. Muita gente se foi há 30 anos, tudo de uma vez só. Caramba. Eles fazem falta.

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